Charles Bukowski
Charles Bukowski é um escritor único. Escatológico, melodramático, cínico, marginal, antiacadêmico, anti-grupos literários, lírico, alcoólatra, machista, politicamente incorreto, maldito, anarquista e um grande escritor. Perdeu os melhores anos de sua vida se entorpecendo, vagabundando, morrendo e odiando a tudo e a todos, menos as bebidas, as putas e os bares.
 Faça como eu, martele as teclas com força…
Faça como eu, martele as teclas com força…Escritor compulsivo, lançou mais de 45 obras, entre romances, contos e poesias. Seus livros mais famosos são os romances Cartas na Rua, Factotum, Mulheres e Misto Quente, o livro de poesias O amor é um Cão dos Diabos e as coletâneas de contos Ereções, ejaculações e exibicionismos, Numa Fria, Ao Sul de Lugar Nenhum e Crônica de um amor louco.
http://www.youtube.com/watch?v=lJzFzcFpG54
Suas principais influências foram Fiódor Dostoiévski e Ernest Hemingway. O primeiro pelo pessimismo, e o segundo pelas frases curtas e jeito simples de escrever. Bukowski ganhou a vida por muito tempo lendo suas poesias em universidades e outros eventos culturais. A maneira como lia suas poesias era sarcástica, bêbada e debochada, o que sempre provocava tumultos pela maioria dos locais onde se apresentou.
 Don’t try!!
Don’t try!!Se buscarmos uma tradição para o escrever de Buk, talvez encontremos em dois escritores americanos renegados: Henry Miller (Trópico de Câncer/Trópico de Capricórnio) e John Fante (Pergunte ao pó). Vejo em Buk muito dos romances considerados mal escritos por Miller: Pornográficos e autobiográficos e do lirismo decadente de Fante. Sua simplicidade em apenas se assumir como um perdedor, sem nenhum cinismo, apenas honestidade. Quem descobriu Fante para o mundo foi o velho Buk, numa de suas andanças pela biblioteca quando não estava bebendo no bar.
Alias, numa epígrafe dos romances de Miller (Trópico de Câncer) lemos:
Estes romances cederão lugar, pouco a pouco, a diários ou autobiografias -livros cativantes, desde que um homem saiba escolher, entre o que chama sua experiência e saiba registrar verdadeiramente a verdade”.
E a verdade de Buk é o dia-a-dia da classe trabalhadora norte-americana. Seus subúrbios, suas brigas, seus sonhos, suas palavras. Nos seus personagens simples, complexos e por isso mesmo tão reais, vê-se a decadência do american way of life. Um país tão rico e orgulhoso de si que tenta esconder seu lado escuro, sujo mesmo.
http://www.youtube.com/watch?v=uBOxPY95uxg
A literatura de Charles Bukowski entra neste contexto, narra a vida das pessoas comuns: Que trepam, que se ferram pra pagar aluguel, que bebem, que trabalham ou não são inteligentes ou cultas a ponto de serem vencedoras na sociedade. Tanto que analisando criticamente a literatura bukowskiana, pode-se dizer que os livros dele são em sua grande parte iguais, tanto o estilo narrativo cru, tosco e por aí chegando ao poético. Até as histórias, sempre narrando a vida dessas pessoas, no caso sempre ele, centralizador dos sentimentos e do estilo de vida pelo qual essas pessoas marginalizadas vivem.
 Vai um trago aí?
Vai um trago aí?A fama do escritor só veio na década de 80, época em que conviveu com artistas e teve filmes inspirados em suas obras. Crônica de um amor louco, do genial diretor italiano Marco Ferreri, e Barfly – Condenados pelo vício, de Barbet Schroeder (Cuja história de como foi escrito o roteiro está presente na integra no livro do próprio Buk, Holywood) e recentemente no filme estrelado por Matt Dillon, Factotum. Apesar da atuação incrivel de Mickey Rourke como o próprio Buk em Barfly, o filme de Ferreri é mais profundo, mais escatológico, mais bukowskiano. No entanto os dois filmes retratam com maestria a decadência dos subúrbios e o lirismo bêbado dos livros de Buk.
Charles Bukowski não teve muitos herdeiros. Sua escrita era única e especial. Mas ele não estava muito preocupado com isso. E não se importaria com um babaca de classe média brasileiro escrevendo sobre ele. E é por isso que escrevo sobre ele. E você que está lendo, foda-se. Qualquer problema que tiver comigo é seu.
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 sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
				sexta-feira, 21 de janeiro de 2011				
 
					 
						 
						