Mea Culpa: Confissões Artísticas

baconfrito segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Acho que deveria. O Bacon é um site de entretenimento, e a verdade é que entretenimento não é arte. Ou vai chamar o BBB de arte? Os contos eróticos (Li tantos)? Transformers? Ou ainda Howard, o Pato? Se bem que Howard, o Pato provavelmente é arte. Vai entender.

Não ligo a mínima pra esses ensaios fotográficos sobre a juventude.

 Imagens meramente ilustrativas: Não é pessoal, eu juro.

É este tipo de coisa que você verá em seguida: Arte. Ainda que debatível (Se existe “discutível”, “debatível” tem de existir, certo?) o que vem em seguida é, de um jeito ou de outro, pra alguém nesse mundo, arte. Arte. O que é arte? E eu não gosto.

https://www.youtube.com/watch?v=dR_cfEhore4

É, eu sei que tem peitos, mas eu não gosto. Talvez o grande problema aqui seja porque eu não entendo, mas também é verdade que eu já tentei entender… Nunca fui muito bom nisso, entretanto.

Mas às vezes eu entendo… Ou acho que entendo, e ainda assim eu não gosto. Vou contra a galera que fala que é estupidez pagar (Caro, muito, muito, muito caro) por tal obra, ou que estas não fazem sentido, ou ainda que o autor deveria se matar, mas a real é que eu não pagaria por elas também. Aliás, não quero nem de graça. Não penduraria na minha parede, não estaria na minha coleção, não ficaria na minha prateleira: Eu tento defender a tal da arte, afinal, esta faz parte da minha concepção de mundo, faz parte do que é ser “humano” ou “ser vivo”, e essa história de gente apontando pra algo e dizendo que não faz sentido me deixa com a pulga atrás da orelha porque eu passei (E passo) uma boa parte da minha vida fazendo coisas que não fazem o menor sentido pra qualquer um que não seja eu mesmo. E pelo menos eu tento respeitar quem faz o mesmo, entendendo-os ou não.

 Só que nem sempre dá certo.

Um dos grandes problemas da arte é que ela vive naquela guerra civil entre a alienação e o engajamento político-econômico-social. Eu tenho um grande problema com essa história da arte ser uma forma de protesto.

“Protesto”.

Acontece que quando se faz um protesto, a intenção é transmitir uma mensagem: Alguém está em desagrado com alguma outra pessoa, ou uma situação, ou acontecimento. “Eu não gosto disso, e quero que você saiba”. O problema é que um protesto é uma forma de comunicação, e comunicação precisa ser efetiva, e para isso o lado que envia a mensagem tem de enviá-la do jeito certo para que o lado recebedor a entenda.

Só que, claro, isso não acontece. Porque a visão artística é única e individual, e por mais que pareça que alguém esta falando claro, isso não significa que esteja. O seu melhor esforço de comunicação pode ser completamente mal interpretado pelo outro lado, e, às vezes, nem é de sacanagem: A comunicação precisa ser comum aos dois lados, caso contrário, não funciona.

E aí você é o maluco que faz uns troços sem sentido.

E sabe o que mais? A culpa é sua.

Porque receber uma mensagem é uma atividade passiva, porém é dever daquele que a envia se fazer entender, e isso independe do seu esforço: Se não for numa linguagem que o receptor entenda, pode ser a melhor mensagem do mundo que dará errado.

Odeio terminantemente a classificação “cinema arte”. Aliás, odeio também o Expressionismo Alemão. Tem uns filmes legais até, mas a coisa toda fede.

Sabe a maior desgraça pra arte no Brasil? A Semana de 22. Se explodíssemos tudo que rolou desde 22, estaríamos em melhor situação… Tratá-los com seu próprio remédio.

Já falei de tantas formas diferentes… Arte não é um negócio pessoal. Negócios não são pessoais, são públicos, e quanto mais público melhor: O individual não tem público, nem nota, nem receita porque não tem apelo pra mais ninguém a não ser quem o criou, e à bem da verdade, tantas e tantas vezes o que criamos deixa de nos importar no exato instante em que os criamos porque simplesmente precisávamos criá-los. Para então podermos seguir em frente em paz… Ou algo perto disso.

 Aquele tapete da tua vó Seja civilizado, Loney, seu bosta.

Mas aí entra a galera que entende. “Entende”.

Vocês sabem de quem estou falando: Colecionadores, patronos, especialistas, críticos, experts, “grandes nomes da indústria”, pioneiros, lendas vivas, amadores dedicados. Essa gente toda que “entende”. Entende arte, artistas, altos e baixos nas carreiras, decepções amorosas, decepções políticas, momentos sociais, contextos políticos. Essa gente que te pergunta o que você acha pra poder dizer o que ela acha (Os mais legais nem farão questão de estar certos, só farão questão de mostrar que discordam de você).

Essa gente fode a arte.

Essa gente que, vez ou outra, você terá de chamar de “professor” ou “professora”. Principalmente em humanas, mas não pense que exatas e biológicas estão livres. Aliás, nestas duas, tendem à serem piores num padrão proporcionalmente inverso em relação à quantidade de gente do tipo na área em questão.

Não é que eu não goste de arte… Quer dizer, eu acho que eu gosto de arte. Seja algum “tipo” de arte, algum “estilo” de arte ou parte do conjunto que é a tal arte.

Mas é que… Assim como todo ser humano, eu não gosto de não saber das coisas. Eu não gosto quando fica evidente que eu sou burro, e tirando as discussões com a minha mãe, arte é o que mais faz isso: Me faz eu me sentir completamente burro. Porque eu olho (Ouço/experimento/sinto/percebo/etc.) algo e tipo…………………………… Véi, cê quer me dizer alguma coisa? Aconteceu alguma coisa? Cê tá bem? Sério. Na moral. Diz aí, mano.

Porque não é possível que o mundo tenha mudado tanto desde a última vez que eu dormi pra que, tão de repente assim, eu passasse a não entender o que acontece ao meu redor. Água é molhada, você tem que dar sinal pro ônibus parar, pássaros voam, tem eleições ano que vem e, com um pouco de sorte, o XVideos vai estar carregando rápido hoje. Essa é minha vida, esse é meu clube: Por que tá todo mundo agindo tão estranho?

O problema da arte sou eu, e isto é perturbador.

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