Cantando na Chuva (Singin’ In The Rain)

Bogart é TANGA! terça-feira, 20 de julho de 2010

Só pela quantidade de comentários dos textos anteriores deu pra perceber que vocês gostam mais dos filmes coloridos, né? Eu, particularmente, assisto mais filme em P&B do que colorido, mas como vocês têm que ler alguma coisa que pelo menos chame mais a atenção vou ajudá-los, senhores acéfalos em questão de cinema, os presenteando com um dos maiores clássicos de todos os tempos.

Sinopse: Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois astros do cinema mudo que, com a chegada do som, devem fazer a transição também em suas carreiras. Enquanto Don se sai muito bem, Lina se aproveita o quanto pode de Kathy Selden (Debbie Reynolds), uma jovem que sonha em ser atriz, mas tem que trabalhar como escrava dublando a péssima voz de Lina. Quando Don se apaixona por Kathy, decide fazer de tudo para que o talento da amada seja finalmente reconhecido.

Nos tempos de cinema mudo, os atores mostravam seu talento na grande maioria das vezes através de mímicas, já que não haviam as palavras para transmitir suas emoções. Logo na sequência inicial, em que ocorre uma cerimônia de premiação do Oscar, começa a história do cinema contada através do cinema.

Durante a cerimônia, Don faz uma retrospectiva de como foi todo o seu processo para chegar até ali, contando através de sua carreira a evolução do cinema, principalmente a transição do cinema mudo para o cinema falado. Ele e seu amigo Cosmo Brown (Donald O’Connor) se tornaram atores meio que por acaso, e de imediato Don se tornou uma estrela do cinema mudo, muito devido à química que tinha com seu par romântico, a bela Lina Lamont (Que deu a Jean uma estatueta de melhor atriz coadjuvante por sua atuação).

Fugindo da tietagem da mulherada (Hum… Boiola) acaba entrando no carro da atriz de teatro Kathy, que, além de loira e gatinha, tem uma voz belíssima. A moça finge que não o conhece e tal, e isso faz o cara ficar gamadão na garota.

 Claro que o cara ia ficar resfriado…

Em uma apresentação, o dono do estúdio mostra para toda a sua equipe algo que viria ser a uma das grandes revoluções técnicas na história do cinema: Um filme com som. No começo, o pessoal achou que era uma brincadeira e quando descobriram que era de fato um vídeo falado, que a ideia não emplacaria. Depois de ver que a Warner estava faturando rios de dinheiro com o Cantor de Jazz, e que o som havia caído de vez no gosto popular, o diretor decide cair nas graças da invenção e produzir com toda a sua equipe o seu primeiro filme sonoro.

O problema a partir daí é a voz de taquara rachada da Lina, que é simplesmente hilária, o que faz todas as suas cenas serem cortadas. O Don tem então a ideia de ajudar Kathy a entrar no showbizz, colocando-a como dubladora de Lina. Juntos, concordam que a melhor maneira para que o filme seja produzido é como musical, para explorar ao máximo o uso do som. O filme que teria então o nome de Cavaleiro Duelador agora passa a ser Cavaleiro Dançante, e logo na estreia já é um sucesso.

Mas a coitada da Kathy não ganha crédito nenhum por emprestar sua voz para Lina e por isso briga com Don. A Lina, por sua vez, não está nem aí para isso e se aproveita bastante da fama gerada pela atuação no filme. Até que Don bola um plano para desmascará-la e reconquistar Kathy.

 Ah, muleke!!!

Além de ser a própria metalinguagem se tratando de cinema, Cantando na Chuva é simplesmente o melhor musical já feito. Se Crepúsculo dos Deuses já havia tratado o tema com uma visão pessimista, o filme abordado apresenta uma óptica completamente oposta, como se pode perceber em uma das cenas mais lembradas em todos os tempos, na famosa cena em que Gene Kelly dança na chuva após ganhar um beijo de sua amada. Por falar em Gene Kelly, sua atuação nesse filme é considerada a melhor cena de musical de todos os tempos, mesmo estando com 40 graus de febre no momento da gravação. Ele rouba a cena também na co-direção. Dizem as más línguas que Gene teria dito a jovem Debbie Reynolds que ela não sabia dançar fazendo a moça chorar diversas vezes antes das cenas, e Donald O’Connor detestou trabalhar com ele devido a sua prepotência e perfeccionismo.

E não tem como encerrar o quadro sem prestar um grande favor para todos postando uma das mais importantes cenas da história do cinema:

Cantando na Chuva

Singnin’ In The Rain (103 minutos – Musical)
Lançamento: EUA, 1952
Direção: Stanley Donen, Gene Kelly
Roteiro: Adolph Green, Betty Comden
Elenco: Gene Kelly, Donald O’Connor, Debbie Reynolds, Cyd Charisse, Jean Hagen, Douglas Fowley

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