A música acabou, e o que você fez?

Música terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um ano. Mais um, e como deve ser, estou aqui pra falar que ele também já passou. Um ano atrás a gente estava resenhando filmes, vendo as estreias da semana, fazendo listas, indicando bandas… Um ano atrás era a época da “volta” das colunas, o que, feliz ou infelizmente, deu errado. Tinha mais gente por aqui um ano atrás. A Aline estava até comemorando que estava aqui há um ano… Citemos Simone.

 UIA.

Caso não tenha ficado claro, sou do tipo vagabundo. Dito isto passemos pra próxima, mais relevante e contextuada informação: É comum que eu ouça as mesmas músicas por meses e meses a fio. Parte do meu problema com música é culpa disso. E como todo preguiçoso vagabundo que se preze eu obviamente já tenho uma desculpa perfeita para tal atitude; saquem só.

Conforme pesquisado pela Faculdade Odair Deodato Abreu, do Sergipe, é gritante a diferença entre o modo que se ouve música atualmente e o modo de 60 anos atrás. Ainda na mesma pesquisa foi feito um levantamento abrangendo desde o século IV antes de Cristo até os dias atuais, levantamento este que confirmou que todas as áreas comunicativas, incluindo as Artes, cresceram exponencialmente com o passar dos séculos. O diretor do Departamento de Informação e Registros Documentais da Faculdade ainda afirmou que o próximo passo da pesquisa é confirmar ou não a genuinidade acadêmica da votação do People’s Choice Awards.

Em outras palavras, nunca se leu, ouviu, assistiu (E tantas outras coisas) quanto atualmente. É algo muito óbvio se você parar para pensar: A cada dia aumenta a quantidade de obras criadas e publicadas; nunca houve tanta facilidade de comunicação quanto hoje; é muito mais barato disseminar informação atualmente; e há muito mais gente no mundo, logo, mais artistas e mais público(s). Pense assim: Mozart, Bach, Beethoven, Bellini, Chopin, Tchaikovsky, Wagner, Vivaldi, Strauss, Villa-Lobos, Stravinsky e Schumann ouviram menos música que você.

E eles são alguns dos maiores gênios da música de todos os tempos. Eles não tiveram celulares com espaço pra milhares de música, não diveram sites de download de mp3, não podiam levar suas vitrolas pro parque, não tinham sites que atualizam tudo que você ouve… Todos eles tinham MUITO menos música que todos nós temos, e fizeram muito mais que todos nós já fizemos. Mozart morreu há mais de duzentos e vinte anos e tem gente que diz que Os Beatles são a melhor banda do mundo por estarem aí há quarenta.

Então taí minha desculpa: Os caras mais fodas nessa porra ouviam “pouca” música, logo, eu faço o mesmo. Pois é, eu disse que era um bom argumento. Aliás, se você se der ao trabalho de pesquisar a vida de alguns astros da música verá que eles fazem mais ou menos a mesma coisa: Conhecem meia dúzia de bandas realmente, mas conhecem bem pra caralho. E aí é o centro da coisa toda: Conhecimento profundo sobre o que se está ouvindo. Não é simplesmente escolher quatro bandas e ficar nelas pra sempre, mas justamente porque leva tempo e dedicação pra caralho pra conhecer realmente uma música, que dirá a obra inteira de alguém.

Eu tenho certeza que você já ouviu algo na linha de:

Eu ouvia aquele LP todo dia, por horas, viajando nas músicas

Normalmente a pessoa logo acompanha isso com uma referência ao Pink Floyd, mas a real é que não precisa ser com o Pink Floyd e nem precisa ingerir ácido também. A dura verdade é que você pode (E talvez deva…) fazer isso com QUALQUER coisa, mesmo a pior das mais fedorentas e abostalhadas porcarias.

Eu já fiz isso até com Lady Gaga.
















































NA VERSÃO DO CARTMAN!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1111111

A questão é que é assim que você conhece uma música: Ouvindo-a. Pode levar umas duas ou três vezes, mas pode levar anos, já que, afinal de contas, o que você vai descobrir é o que aquela música é pra você. Não pra quem canta, pra quem já fez cover ou o que mostra no clipe, mas simplesmente o que ela representa para cada um que a ouve. E eu sei que isso parece conversa de palestra motivacional, mas é a verdade.

Não vou mentir pros senhores: Enche o saco. A realidade é que tem músicas que são exatamente o que parecem. Não quer dizer que ela não pode significar algo mais pra você, mas vai ser mérito seu, não de quem a compôs e interpreta, e afinal de contas isso é uma das coisas mais importantes para definir se uma banda, cantor, orquestra (Ou o que seja) realmente presta pra fazer o que faz. E bem, se não prestar você vai ter gasto seu tempo e energia só pra confirmar que Poker Face é só poker face.

 Nota do editor: Esse sou eu jogando poker.

Acreditem quando digo que eu não suporto mais ouvir alguns músicas que estão no meu celular. Simplesmente não consigo mais. Elas estão lá, e, talvez daqui uns meses, tudo volte ao normal, mas por agora só estão lá ocupando espaço. Algumas não tem mais nada a oferecer, algumas eu já descobri, outras eu ainda não cheguei lá. E talvez isso mude, afinal, é a interpretação de cada um, e ela varia de acordo com a vida de cada um. A questão é continuar tentando, continuar ouvindo.

E não importa o estilo ou quem canta, se são com três músicas ou com álbuns inteiros. Lembra dos caras importantes lá do começo? Então, eles não tinham toda a música, mas nós temos, e simplesmente ignorar isso é burrice. Não é quantas músicas você ouve, quantos GB tem ocupados, qual o tamanho da sua lista no Last.fm e nem quantas prateleiras ocupadas com CDs você tem, mas o quão bem você ouve tudo isso. Vou fazer a frase clichê: Ouça de verdade as músicas, seja uma seja um milhão.

 Quero ver quem vai entender essa.

Mais um ano (Quase) se passou. Há um ano estávamos indicando bandas, resenhando livros, reclamando do cinema e debatendo quem ia morrer no último capítulo da novela, e provavelmente faremos tudo isso de novo dentro de uns dias… Um ano atrás as músicas no meu celular eram as mesmas que estão nele hoje, e isso significa que já é hora de mudar isso, talvez tal qual o Bacon mudou este ano. O que há de se fazer? É assim que se conhece uma música.

Feliz Ano Novo, seus putos.

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