Quem me dera ao menos uma vez

Analfabetismo Funcional terça-feira, 04 de dezembro de 2012

Tenho birra com um monte de coisas. Tenho bastante implicância também, e boa parte do resto é pura tia-velhice mesmo. E em colaboração aos muitos fatos rumores acerca de minha pessoa aqui no Bacon, sim, eu tenho implicância com coisas que viram moda e/ou são famosas. E eu queria não ter, mas porra, não dá.

Renato Russo está cantando pra mim agora.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente

E eu passei boas horas fazendo piadinhas idiotas sobre a banda, mas vejam este trecho: Os dois versos centrais constituem meu segundo trecho favorito na música toda, mas o último verso dá um chute no saco disso. Sério, eu odeio este verso, ele estraga a música. É quase que um resumo da minha relação com o Legião Urbana… Eu sei que a culpa é minha por não gostar, mas vou botar a culpa neles por não fazerem do jeito que eu gostaria.

Vejam Jogos Vorazes. É uma ideia sem muita criatividade, afinal, taí o Coliseu até hoje, mas se bem aproveitado, é algo com potencial: Distritos amplamente desiguais, uma capital cuzona, um torneio filho da puta. Porque transformar algo assim em um romancinho adolescente bobo, comum, fraco, insípido? Porque a tal “literatura infanto-juvenil” é pueril? Porra, eu li A Ordem da Fênix 16 vezes, eu quero gostar disso.

Entendem? Os “exemplos” que temos não ajudam em nada. Não que estes já foram escritos com a intenção de se tornarem exemplos, aliás, felizmente não são feitos com tal intuito, mas nenhum se propõe (Ou se dispõe) a representar tal papel. Eles são feitos para venderem mais, para fidelizar o leitor, para “lavagem cerebral”, para te dizer que você é um espermatozóide muito malemolente, mas nenhum dá um passo à frente na hora de assumir o cargo.

Pesa, eu sei, e pesa muito, mas se todos lavam as mãos, a água fica suja.

Eu quero poder abrir um livro, seja para adolescentes, seja para adultos, seja para cacatuas, que me apresente algo. Não precisa assumir o peso do mundo, mas que esteja disposto a dividir este peso com outros. E por não ter, há muito tempo, nenhum disposto à isso, nenhum outro também se dispõe. É aquela velha coisa de baile com meninos e meninas: Alguém tem que dar o primeiro passo, para abrir caminho pros outros dançarem juntinhos.

Um exemplo que destoa disso um pouco é A Mão Esquerda de Deus, que aliás teve a continuação lançada à pouco tempo e eu ainda não li, mas que apresenta algo diferente, ao menos até onde sei. E este livro não tem a pretensão de ser Atlas, mas também não é uma Anastasia. Pelo amor de Deus, não sejam Cinquenta Tons de Cinza.

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