Sobre como fazer bonito ao vivo

Música quarta-feira, 02 de maio de 2012

Depois aprender o que é ser um rockstar de verdade, ter escolhido seu instrumento musical (Violão, piano ou seja o que for) e sim cada palavra é um texto VAI LER FDP e até mesmo um pouco de história da música, nada mais natural do que aprender como se portar na hora do vâm vê. O que fazer quando subir no palco, o que dizer pros fãs e qual perfume usar pra pegar vadias no pós-show.

Juro, algum leitor do Bacon ainda vai ficar rico e famoso por minha causa. Só espero que o maldito que conseguir essa façanha lembre de mim. Enfim, prossigamos:

A preparação

Num mundo perfeito, todos os shows começam na hora e ninguém precisa ficar correndo atrás de corda de guitarra cinco minutos antes da apresentação. Mas todo mundo sabe que atrasos são generalizados e que tá todo mundo cagando pra isso. Nem quebrem o braço de ninguém carregando caixas de som às pressas – sim, isso acontece.

Tudo bem, é o espírito do rock. Mas, por favor, queira fazer tudo bem feito. Se for pra demorar quinze horas pra entrar, que as guitarras estejam afinadas e as cordas bem presas e o vocalista esteja aquecido. Sério, vamos respeitar o público e fazer coisas legais. Aqueça bem e coisa e tal. Alongue cada músculo do seu corpo, por que o nervosismo pode fazer merdas inimagináveis com a performance.

Mas isso todo mundo já sabe e eu sei que cês tão aqui pra saber como fazer na hora H. Então, next!

Roupa/cabelo/maquiagem

Primeira coisa: Sem frescura. Cê vai passar duas horas pulando de um lado pra outro no palco, então a palavra de ordem é conforto. Parece meio óbvio, mas tem gente sem noção que vai pro palco vestindo sobretudo, tachinhas (Sério que alguém acha isso bonito?), vestidões (Isso mata), enfim.

Pode parecer viadagem, mas é preciso tomar cuidado pra que o sapato não enganche no fio da guitarra ou que a manga do casaco prenda no suporte do microfone, ou que o corpete (Essa é pra galera que frequenta show cover do Nightwish) do vestido a camisa se solte. A menos que você seja a Britney Spears e tenha um exército de negões dançarinos pra te carregar por aí, acidentes acontecem. E fodem geral. Além de narizes e braços quebrados, essas coisas desconcentram a banda e a plateia. Se você tropeça no palco, nego que tá assistindo vai segurar a respiração cada vez que você chegar muito perto da beirada. E, a menos que você tenha MUITO carisma, que você CAGUE e TRANSPIRE carisma e que tenha no mínimo vinte e cinco anos de carreira, só vai conseguir parecer um bêbado incompetente quando tropeçar.

E antes que nego pense que pode ser legal a blusa da mina sair do lugar, lembre-se que a maioria das vocalistas de rock é assim:

 “MEU CORASSAUM TAH KREBADO!”

Mas falando sério, roupas são sim importantes. Não é só estar bonito ou feio. Roupas falam tudo sobre você. Olhe ao redor e perceba. Gente insegura e reservada costuma se esconder embaixo de roupas folgadonas e largas, e pessoas controladoras, que curtem ser o centro das atenções leia-se vadias usam tudo coladão no corpo, por medo de “desmanchar em pedacinhos” a qualquer momento.

Você usa o tecido, não o contrário. Primeiras impressões ficam, então deixe transparecer toda a confiança do mundo.

Interagindo com o público

Ok, chegou a hora. Primeiro, apresente-se e apresente a banda. Faça alguma piadinha, solte uma frase de efeito. Relaxa, feche os olhos e deixe a música levar. Parece clichê. Tá, é clichê. Mas quanto mais você pensa, mais merda dá. E você já tá lá em cima, com uma caralhada de cabeças te olhando, que fazer? Curtir, ué.

Nota do Editor: Bandas de verdade já começam arregaçando tudo. Apresentações ficam para o final, noob.

Interação é a palavra chave. Olhar nos olhos das pessoas é fundamental, até pra dar profundidade à música. Se você é tímido, um bom truque é olhar naquele espaço da testa onde as sobrancelhas se cruzam. Você não encara realmente, mas todo o resto do mundo vai achar que você tá olhando no fundo dos olhos de alguém. Nunca fique de costas pro público por mais de um segundo. É falta de educação. Nunca olhe pros seus pés também, é sacanagem isso e parece coisa de criança de sete anos que tá levando bronca da mãe.

E interprete. Sabe quando a voz fica estranha e sem vida? Tipo tiazona cantando no karaokê? Quando parece que a pessoa tá simplesmente gritando em cima de um instrumental? Isso é falta de interpretação. Música é 90% alma e 10% técnica. Então, sim, sofra ou sorria de acordo com o que você estiver cantando/tocando. É sobre amores perdidos? Ponha a mão no peito. É sobre amores encontrandos? Faça cara de boboca apaixonado. É sobre a galinha azul? Cacareje e finja voar.

Você pode ser o comedor de bundas da galera, ler partitura num instante, alcançar a máxima de 21 notas por segundo, mas se não souber como passar a mensagem da música… Vá pra fora do palco e revenda seus instrumentos, por favor. Se possível morra também, claro.

Apesar de tudo, merdas acontecem

Tá, ok, às vezes acontece de algum fio fora de lugar se pôr no seu caminho ou de algum pedal quebrar. O que fazer? Chorar? Nah, olha o espírito esportivo. Cê vai ter duas opções: Ou correr pra barra da saia da mamãe pedindo colo, ou rir e continuar. The show must go on. Se você se machucar pouco (E pouco é de escalpelamento pra baixo), tenha a decência de pelo menos terminar a canção na hora. Vocalista que torce pulso ou tornozelo e sai do palco é boiola e criado a leite com pêra. Cortes superficiais e hematomas também não importam.

Lembre-se, não importa a merda que deu, não foi a primeira vez, não vai ser a última e com certeza não aconteceu só com a sua banda. Pelo menos você não é um violinista russo no meio de um solo, quebrando um instrumento de mais de meio milhão de dólares.

Pelo menos ele teve bom humor.

De resto, mais nada. Curta o pós show, coma suas vadias, use camisinha, coisas assim. Nervosismo é bom, por que mostra que você não é um babaca arrogante, mas, acima de tudo, aproveitar a emoção do momento é o mais importante.

Afinal, ninguém tá lá só pelas groupies, né?

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