Os e-books já chegaram

Analfabetismo Funcional terça-feira, 20 de julho de 2010
 Vilão ou objeto de desejo?

Já superamos (espero) a fase de proclamar o amor ao cheiro do papel, ao tato, ao prazer de tirar um livro de uma prateleira e lê-lo deitado numa rede, ou ir a uma livraria e deliciar-se com essa experiência sensorial, diante da iminente invasão dos e-books. Encaremos a realidade: Os livros digitais chegaram para ficar. Sinceramente, não acredito que os livros – que agora passam a ser chamados de “livros tradicionais” – estejam fadados a virarem objetos exibidos em museus para as gerações futuras, mas é inegável que vão perder algum espaço. Anyway, o que quero dizer é que estou sendo realista e esse texto visa tão-somente avaliar/informar como está se dando a introdução dos livros digitais no mercado brasileiro.

Genericamente, pode-se dizer que há diversos(as) modelos/marcas de leitores de livros digitais, destacando-se os mais famosos: Kindle (Amazon), Nook (Barnes & Noble), Reader (Sony), além dos brinquedinhos Apple – iPad/iPhone/iPod Touch. Para rechear essas bibliotecas portáteis, as livrarias mais moderninhas (Livraria Saraiva e Livraria Cultura) já estão vendendo livros digitais, mas o mais comum são as compras através dos sites das próprias fabricantes dos gadgets. Em tempo, a Apps Store, da Apple, lançou há poucas semanas um aplicativo gratuito destinado à leitura de livros e pretende alavancar o seguimento nos seus aparelhos.

Um falo relevante que merece menção é que no mesmo momento em que a febre começa a contaminar muita gente no Brasil, a concorrência no mercado mundial está aumentando, com a chegada de novas empresas e a prática de políticas comerciais agressivas. Os reflexos são diretos na queda dos preços dos aparelhos e dos livros digitais. Não preciso dizer que quando um produto tem uma queda de preços, todos os concorrentes são praticamente obrigados a fazer o mesmo, sob pena de naufragarem nesse mercado globalizado e cada vez mais veloz. Para se ter uma ideia de como o mercado está em clima de guerra, no mês passado a B&N baixou o preço do seu produto de US$259,00 para US$199,00. Poucas horas após o anúncio, a Amazon barateou o Kindle de US$259 para US$189,00. É clichê, mas é verdade: “Na briga da concorrência, quem ganha é o consumidor”.

O mercado editorial brasileiro não ficou para trás e as maiores editoras já se articularam, criando a Distribuidora de Livros Digitais (DLD). O consórcio visa superar a principal barreira para a popularização dos e-books no Brasil, que é a carência de livros na língua portuguesa. As editoras consorciadas pretendem lançar 500 livros digitais até o fim desse ano e, a partir de 2011, prometem por no mercado 300 novos títulos por mês.

Enquanto a maioria engatinha, alguns parecem que já estão “ligados na tendência” há tempos. Já há uma livraria genuinamente brasileira dedicada exclusivamente a livros digitais, é a Gato Sabido. Além disso, em relação à produção de software, também já temos um pioneiro produto nacional. Mix Leitor D é o nome do equipamento produzido pela Mix Tecnologia (Sediada no Porto Digital, em Recife-PE) e deve chegar ao mercado custando R$749,00.

A constatação a que chego, caros amigos, é que o e-book chegou para ficar e já está pegando. É uma questão de tempo para começarmos a ver (Principalmente as novas gerações) empunhando seus livros digitais por aí. Resta-nos preservar o amor ao conhecimento e o hábito de ler por diversão, lazer e libertação, independentemente de as letras estarem em um livro de papel, ou em um aparelho feito de componentes de plástico, silício, metais e cristal líquido. Que venham os e-books!

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