O Vendedor de Armas (Hugh Laurie)

Livros terça-feira, 02 de outubro de 2012

Assim como todo mundo conheci esse livro só depois do sucesso de House, e como eu aparentemente não tinha nada melhor com que gastar meu dinheiro, comprei o livro, e ele ficou por um bom tempo na prateleira. Finalmente, dia desses, resolvi criar vergonha na cara e ler o troço, afinal, falar mal de coisa que faz sucesso é sempre divertido.

 Primeira edição, e só tem um jeito de falar isso: Que capa de merda.

De forma geral, os alemões são reconhecidamente os seres com menor senso de humor do mundo (Ou seja, zero), sendo seguidos de perto por mais alguns, e entre estes alguns estão os britânicos. Bem, se você tem o mínimo de amor à vida, com certeza já assistiu Top Gear, então sabe que os britânicos tem um senso de humor meio estranho, mais sóbrio, irônico e… Falemos a real, mais chato que o nosso (Que tende pro ridículo, o que também é ruim). É aí que o livro se encaixa.

O livro todo é lotado de piadinhas irônicas, a gigantesca maioria fazendo menção à costumes, locais e características britânicas: Chega a ser extremamente didático, e se no Brasil já é assim, para os próprios britânicos deve ser um saco… Me recuso a acreditar que eles sejam tão inocentes e sem graça desse jeito, afinal, assisto Top Gear com um sorriso na cara o programa todo (Tudo bem que em parte é por causa dos V8, mas enfim).

 PHODACE.

Não sei se foi proposital (E eu realmente espero que sim), mas o livro todo foi escrito como se fosse um roteiro. Como se faz isso? Descrevendo uma cena, deixando-a incompleta e pulando para a próxima. Em alguns momentos isso é legal, dá uma certa dinâmica, mas bem antes da metade do livro você já quer que aquela porra pare e a história seja contada de forma séria (Coisa que obviamente não acontece). E seria realmente legal que essas “cenas” não terminassem com alguma frase de efeito, só para variar.

A história é o seguinte: Thomas Lang é um ex-membro do exército britânico que é contatado por um cara, lhe oferecendo não-lembro-que-quantia para que ele matasse um outro cara. Ele nega, mas não se sentindo satisfeito, tem uma ideia melhor: Vai avisar o alvo que ele vai ser morto. E o livro começa daí, com ele brigando com o guarda-costas do alvo, uma vez que este pensou que ele era o assassino e não o mocinho. Pois bem, ele ganha a luta e se apaixona pela filha do alvo, que viu parte da briga. Acaba que o cara que o contatou para matar o outro cara eram na verdade a mesma pessoa: Alexander Woolf. Ele e sua filha, Sarah, contatam novamente Lang e o dizem que tem todo um esquema armado entre a CIA e um vendedor de armas, para uma demonstração de uma nova arma, a “Pós-Graduação“. E daí pra frente é o mesmo esquema de sempre, com um final nem um pouco criativo.

 Outra capa, que também é uma merda.

O livro não é totalmente ruim, o humor de fato é interessante, os plot twists e tudo mais, mas é um exagero em tudo. Tem piadinhas demais, reviravoltas demais, parágrafos demais. Mas por outro lado, há enredo de menos, armas de menos (Sério, ele fala mais da moto que das armas), violência de menos. É sério, até a violência fica sem graça e repetitiva depois de um tempo, e todos sabemos que violência tem de te fazer rir pela brutalidade.

O livro foi escrito em 1996 (É, isso foi meio que um choque para mim), então provavelmente o Hugh Laurie se saísse bem melhor hoje, mas a questão é que depois desse livro, eu não apostaria absolutamente nada na carreira de escritor dele… Talvez roteirista, mas vai saber. A questão é que O Vendedor de Armas vai bem caso você tenha uma viagem de 8 horas de avião pela frente, porque se você tiver escolha, até Harry Potter é melhor.

PS: Esqueçam todas as “críticas” mostradas nas capas do livro.

O Vendedor de Armas


The Gun Seller
Ano de Edição: 2010
Autor: Hugh Laurie
Número de Páginas: 288
Editora: Editora Planeta

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