O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider Man) (2)

Cinema quinta-feira, 05 de julho de 2012

 O Espetacular Homem-Aranha é a história de Peter Parker (Garfield), um estudante rejeitado por seus colegas e que foi abandonado por seus pais ainda criança, sendo então criado por seu Tio Ben (Sheen) e pela Tia May (Field). Como muitos adolescentes, Peter tenta descobrir quem ele é e como ele se tornou a pessoa que é hoje. Peter também está começando uma história com sua primeira paixão, Gwen Stacy (Stone), e juntos eles lidam com amor, compromissos e segredos. Quando Peter descobre uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai, ele começa uma jornada para entender o desaparecimento de seus pais – o que o leva diretamente à Oscorp e ao laboratório do Dr. Curt Connors (Ifans), antigo sócio de seu pai. Procurando por respostas e uma conexão, Peter comete um erro que o coloca em rota de colisão com o alter-ego do Dr. Connors, O Lagarto. Como Homem-Aranha, Peter tem que tomar decisões que podem alterar vidas, para usar seus poderes e moldar seu destino de se tornar um herói.

Quanta baboseira, não? Não. Os filmes de herói tão ae pra tentar resgatar o que há de melhor nas pessoas. Mas olha, se isso é o que há de melhor nas pessoas, a humanidade tá fudida.

Vamos por partes que o que falar desse filme não falta. Mas nem tudo são rosas. Tudo bem, o Andrew Garfield é um gatinho fã do personagem, incorporou razoavelmente bem o espírito do cabeça de teia e tal, a Emma Stone é foda [Só não entendo a mania desse povo que faz filme do Aranha de trocar a cor do cabelo da mulherada. A ruiva faz a Gwen, que é loira. Nos filmes antigos, pegam a loira Kirsten Dunst pra interpretar a ruiva Mary Jane. Vão tomar no cu], mas vamo devagar na empolgação ae.

 “Como assim, não vai ter festa?”

É isso ae, Aranha. Tou aqui pra azedar sua marmita. É óbvio que esse filme é melhor que a trilogia Sam Raimi/Tobey Maguire. Mas só porque eles aprenderam [Mais ou menos] com os erros dos antecessores. Um dos pontos que mais tinha dado xabu foi a putaria dos lançadores de teia vs teias naturais. Porque é claro que se você for picado por um aracnídeo que solta teias por uma glândula na região anal, você vai criar DOIS orifícios que lançam teia nos seus antebraços. É lógico. O problema foi parcialmente resolvido nesse filme, já que não existe teia orgânica. Ela é um polímero que Peter Parker rouba na cara dura de uma empresa. Porra, Parker, cê não era um dos maiores gênios da Marvel? Vai ficar dando uma de Maluf agora?

 Estupra mas não mata…

Temos também o fator “piadas em batalha”, marca registrada do amigão da vizinhança [E do Deadpool, mas ele não conta porque nunca vai sair um filme decente do Mercenário Tagalera]. Tudo bem, ele fez algumas piadas enquanto dava uma surra num ladrão de carros [Em busca de vingança por conta do Tio Ben, que inclusive não fala aquela frase clássica “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. Malditos, nada é sagrado], e até brinca com o Lagarto, mas nada de despejar toneladas de piadas porque ele tá visivelmente amedrontado e não pode deixar isso transparecer. Mas olha que legal, pelo menos me explicaram como ele faz aquelas lentes da máscara. Só falta descobrir como ele consegue fazer um uniforme tão profissa sem ajuda nenhuma. Acho que esse Parker é cosplayzero, hein?

 “Plágio no Jutso!”

E mesmo com aquela cena sublime com Stan Lee ignorando o pau torando, onde foi parar o aracnídeo achando o cara que matou o tio dele? Por que só jogar um ringue no meio da história, como uma referência à época de wrestler pré-heroísmo do cara, sem no entanto se aprofundar? E porque todos os babacas que sabem que a Gwen morreu tem que falar isso no meio do filme? Porra, se o vilão ainda não é o Duende Verde, significa que ela não vai morrer ainda, seus imbecis. Não que não existam referências ao personagem, mas é a mesma coisa que ficar falando durante o filme dos Vingadores “Mano, o Thanos vai aparecer e vão falar sobre ele matar metade do universo pra conquistar a Morte, se liga só!”. Não fode.

 E uma foto da Emma porque ela merece.

As mortes que deveriam ser relevantes pro filme, e até mesmo pra toda a porra da cronologia são tratadas como se fossem, sei lá, entrega do leite pro café da manhã. Sem contar a inclusão desnecessária dos pais de Peter na porra toda. Por que, se você reparar bem, o filme não sentiria a menor falta dos dois. O dr. Curt Connors poderia ter ligação com eles e tal, mas pra que aprofundar em dois defuntos? A menos que a Sony esteja pretendendo usar aquela baboseira de que os pais do Aranha eram agentes da S.H.I.E.L.D. infiltrados, robôs ou sei lá o que. Ai é chutar o balde, a mesinha de centro e a sua mãe, aquela velha, sem a menor dó.

 Que que é, tá pensando que travesti é bagunça?

É aquela coisa, o visual e os efeitos sonoros dos filmes tão sempre fantásticos, porque não tem como fazer um filme de herói com efeito meia boca hoje em dia [Viu, Wolverine?], mas é o mínimo que se espera. O problema é a quantidade de pontas que são deixadas ao vento propositalmente pra poder encaixar continuação, prequel e spin-off em todo buraco que couber. Mas também, se tem uma coisa que não dá pra agradar é fã. Exceto quando é o Nolan que faz. Ai, meu filho, todo mundo assiste e cala a boca, porque o negócio é outro nível. Mas é aquela coisa: A Warner tem o Batman e mais nada [Superman não é lá essas coisas desde o Christopher Reeve], e o morcegão já passou por maus bocados. A Marvel, que deu as galinhas dos ovos de ouro pras outras produtoras, se virou com uns personagens sem tanta expressão e deu certo. E, em Hollywood, fórmula que dá dinheiro não se muda. Não que os filmes sejam ruins. Mas todos tem um ar de “vamos encaixar no molde de dar dinheiro sem muito risco”.

Eu esperava mais, Aranha, e não mais do mesmo.

O Espetacular Homem-Aranha

The Amazing Spider Man (137 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, 2012
Direção: Marc Webb
Roteiro: James Vanderbilt, Alvin Sargent
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Martin Sheen, Rhys Ifans, Sally Field, Denis Leary, Chris Zylka e Stan Lee

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