Fábulas (Esopo)

Livros sexta-feira, 25 de março de 2011

Com absoluta certeza você já leu ou já te contaram uma fábula, aquelas histórias com animais e com uma moral no final. E com 99,9% de certeza era uma fábula de Esopo. É, as histórias que você ouvia quando criança tem mais de 2600 anos: Um tapa na cara dos Irmãos Grimm.

 Esqueçam isso, Esopo curtia morte, destroçamentos e sangue.

Lembre de todas as historinhas com moral que você já ouviu: Em todas as raposas, as formigas, os lobos, as ovelhas, os cães, leões, asnos, tartarugas, mulas, gralhas, corvos, bois, falcões, perdizes e todo o resto. Lembrou? Pois é, num livro de 160 páginas há quase 400 fábulas envolvendo esses animais, deuses gregos, morais da história e ensinamentos diversos sobre a vida e as pessoas. Admito que me surpreendi ao abrir o livro e ver uma média de 2,5 fábulas por página (Sim, eu fiz a conta).

Seja por incompetência do editor, seja por amnésia de Esopo, várias (Para não dizer “muitas”) apresentam morais praticamente iguais, mudando apenas a formação gramatical da frase: Digo, por cima, que ao menos 3 histórias sobre lobos, cães e ovelhas (Aliás, os nomes dos contos são assim mesmo, com o nome dos animais presentes na narrativa) com moral na linha de “não entregue seus amigos para seus inimigos”.

 É… Quase isso

Outra coisa que se nota é a grande influência da vida de Esopo em suas histórias (Conta-se que Esopo foi um escravo que foi libertado por seu patrão, por este gostar de suas histórias). Não é raro ver coisas tendenciosas como:

“Entre todos os povos, os árabes são os mais espertos e mentirosos”

Apesar da repetição de temas e da (Natural…) opinião de Esopo, o livro está longe de ser ruim: Coisas como “gente bonita costuma ser burra” e “expectativa só gera decepção” aparecem nas fábulas, mostrando que a humanidade é uma porcaria há muito mais tempo do que costumamos contar. Enfim, o livro é sim tendencioso, um pouco extremista e até mesmo ingênuo algumas vezes, mas com absoluta certeza é uma leitura que vale à pena, não só pela moral da história, mas como um “documento” do século VI a.C. e principalmente pela possibilidade de ver as fábulas do jeito que foram escritas (Quero dizer, traduzidas, mas sem demais adaptações).

Fábulas


Ano de Edição: 2010
Autor: Esopo
Número de Páginas: 174
Editora: L&PM Pocket

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