Curtas de Terror (Melhores do que longas)

Primeira Fila segunda-feira, 01 de agosto de 2016

Depois que minha resenha sobre Invocação do Mal 2 caiu na boca do povo da minha timeline, deflagrou-se entre meus contatos uma discussão no Facebook sobre a qualidade dos filmes, expectativa vs. realidade, o que o gênero perdeu nas últimas décadas e como eu sou uma pessoa rígida, só porque achei (E repito!) uma bela bosta. Em algum momento, em meio à uma troca bacana de sugestões cinematográficas, caí no canal de David Sandberg e Lotta Losten, casal famoso por produzir curtas caseiros de terror. E eu achei sensacional, porque o horror reside nas pequenas coisas. Você não precisa de uma história grande para provocar medo, apenas uma grande história. E uma dose de esmero na produção.

Esse é mais um Primeira Fila, diretamente do Rio de Janeiro pra você. Eu sou Nelly Kruczan e hoje vou te dar dicas de curtas de terror marotos que humilham esses longas que a gente vê por ai. Pega o cobertor, coloca até o topo da cabeça e não esqueça do dedão do pé pra fora. Nunca se sabe.

Dica #1 – Lights Out (David Sandberg)

Esse, de todos, é o mais famoso. Especialmente porque virou longa e estreia mês que vem aqui no Brasil. O curta narra a história do que acontece com uma mulher quando as luzes de sua casa se apagam. É simples, é divertido e mexe com aquele sentimento natural de passividade de encarar o que se camufla na escuridão. Em um dos meus episódios favoritos de Além da Imaginação, Rod Serling garante que não há nada no escuro que já não estivesse lá quando as luzes estão acesas. Será?

Todos os filmes do canal do casal Sandberg-Losten são ótimos. Especialmente pela simplicidade de suas tramas e da execução, dando sempre a impressão de que aquilo poderia estar acontecendo, nesse exato momento, com alguém que você ama. Ou até mesmo com você. Indico, além de Lights Out, Pictured e Cam Closer. Boa sorte parando de assistir.

Dica #2 – Night Night Nancy (Lewis Farinella)

Se esse peca um pouco mais no plot, em relação à Lights Out, a trilha sonora confere uma atmosfera mais assustadora, que colabora para você ficar com os olhos grudados na tela e ter uma série de micro infartos. Basicamente, conta a história de uma garota que começa a trocar mensagens com o namorado no meio da noite e percebe uma movimentação na casa, uns barulhos estranhos. Em vez de parar de falar com o cara e ligar para a polícia, opta por ficar em contato com ele porque why not, né?

Poderia ser a gente, mas… Esquece! Tá bom do jeito que tá.

Dica #3 – Mamá (Andy e Barbara Muschietti)

É preciso ser honesta aqui: Gillermo Del Toro cometeu alguns erros na carreira, mas Mama não foi um deles. A narrativa é simples, interessante e a dinâmica familiar que se estabelece entre os tios e as meninas, encontradas na selva depois de desaparecidas por cinco anos – porém sempre pautada pela figura sobrenatural da Mama – dá uma boa história. Foi mais do que uma mera adaptação. Foi uma construção bem sucedida, sobre fundamentos fortes e um ótimo argumento.

O curta, basicamente, “limpa” tudo o que te desfoca do objetivo original do filme. Não tem os tios, não tem selva, desaparecimento dos pais. Não tem nada. Vai direto ao ponto: Duas crianças e uma mãe enfurecida reclamando a guarda das filhas.

Recomendo ambos.

Dica #4 – Apartment 41 (Veemsen Lama)

Uma mulher atormentada pelo passado se muda para uma nova casa e tenta recomeçar a vida após ter se envolvido em um acidente ou algo do tipo no passado, mas experiências sobrenaturais continuam a atrapalhar seus planos. Típico. Clichezão. Vendo por esse lado.

Na real, existem múltiplas interpretações e esse foi o mais bacana. Poder sentar e trocar umas ideias sobre o background da trama, que fica implícito. A montagem e as cenas finais dão personalidade suficiente ao curta.

Não é ótimo, mas é bom.

Dica #5 – 3 Versos (Antonio W. Yee)

Depois de passarem por eventos sobrenaturais em casa, duas irmãs procuram uma médium para se livrar do espírito ruim que as assombra. Ela, obviamente, não é quem diz ser e os desdobramentos da visita surpreendem a todos.

Da lista, é o mais divertido de assistir. Mas, não por isso, menos assustador. Tem uma estética bastante diferenciada, tanto no núcleo das irmãs, quanto na crew dos médiuns. Muito bem escrito e produzido. Já vi várias vezes, confesso. Um dos meus favoritos.

Dica #6 – The Guest (Brian Ryan)

Um homem acusado de vários desaparecimentos foge da polícia e invade a casa de uma moça que, apesar de assustada, se mostra disposta a ajudá-lo. Para fechar, esse curta é o mais longo da lista e é muito bem produzido. O plot twist foi um pouco previsível (Pra mim), mas achei bastante válido. O final me lembrou uma temporada muito boa de American Horror Story, inclusive.

Entendedores entenderão.

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