Construção da Imagem

New Emo quinta-feira, 15 de abril de 2010

Já disse pra vocês que sou um baixista respeitado aqui no meu estado? Toda semana, são uns 5 workshops que me convidam, sem falar das palestras que eu dou para os garotinhos e garotinhas aspirantes a rock star. Coisa profissional, num é um curso vagabundo que ensina a tocar Nirvana. Minha banda, a Guttural Sounds From The Shrill Valley, acabou de lançar um álbum triplo edição platinum gloss, devido ao sucesso da nossa última turnê no Japão. Voltei de lá expert na arte de falar japa. É kawaii pra cá, lolicon pra lá, e kiai antes de peidar. Aliás, banda só é de sucesso quando vai tocar na terra do Karate-Do. E olha que eu só tenho 16 anões de vida.

Acho que só escrevo aqui no Bacon pra desopilar. Coisa de gente ocupada, manter uma coluna em blo… Site!

Ma ma é claro que isso tudo é mentira, manolo. Menos o segundo parágrafo.

 Esses japas não têm jeito mesmo…

Vocês, caros leitores de mentes privilegiadas com Q.I. superior a 70, com certeza já perceberam as “mentirinhas” dos músicos, ou então, aquela disfarçada de personalidade. Não que isso seja ruim, afinal todos nós DEVEMOS esconder ou omitir alguma coisa. Principalmente aquela sua cara de frustração quando tua mulé propõe um ménage. MMF. Com teu amigo. Que é teu vizinho. Baah, melhor parar.

Talvez as coisas sejam assim pra conseguir uma assimilação com determinado tipo de público, com a obra, ou até por interesses financeiros. Não pega bem você ser um headbanger 100% vegan, ou um emo realmente hétero, se é que isso existe. Personagens próprios, alter-egos criados por produtores, o que seja. Vale tudo. Afinal, até os Beatles, a porcaria banda que vocês adoram, pagavam de bons moços, e mesmo assim eram fumeiros de cannabis, rapá.

Porra, perdi a linha de raciocínio. Calma que vou comer algo e já volto. Aproveitem e façam o mesmo.

~interlúdio~

Relembrando algumas coisas do assunto, penso logo no Jimmy do Mantanza, de longe o melhor exemplo. E de um grupo muito bom, diria que um dos melhores do Brasil atual. Weeeeeha! É sangue, é western, é poker, é meretriz, é o saloon lotado.

Matanza mistura muito bem country com hardcore, excursionando pelo irlandês, ou como bem parece, o Country Core. WTF? Ahh, vá lá, é muito legal. Se você não se sentir com um revólver na cintura, bota suja de poeira e uma garrafa de whisky, devolvo seu dinheiro. As letras retratam bem esse clima, pintando os próprios como OS FODÕES. Na verdade, quem não seria, ao conseguir fazer AS fãs subirem no palco e levantar a blusa?

Enfim, quem escuta tem a impressão que os caras passam o dia na taverna, brigando com o diabo, ou fugindo da polícia na highway to hell.

 Pois é, são badass.

E o que você diria se eu te falasse que o Jimmy nem bebe mais? Fake, você responderia? Mas vem cá, o que isso REALMENTE importa? O cara não esconde esse fato, que nem chega a ser tão depreciativo. Mas porra, se o estilo assim exige, vale a incorporação do personagem. Quem não gosta de um roleplay pra animar? Só não vou me arriscar a dizer que o cara é um doce de pessoa, pois acho que não.

Diria que seria problema se o artista mentisse. Seria chato demais se o cara lá que canta fala que matou trinta bandidos numa operação da SWAT, não sendo, e nem tendo ao menos servido no Exército. Ahh, nem eu servi também, que merda.

Outro exemplo é o meu admirado Jeffrey Ross Hyman, ou como só a mãe dele conhece, Joey Ramone. Lá nos idos de ’70-’80, as publicações classificavam o Ramones como uma banda de gang de rua, tanto pelas roupas, quanto pelas músicas e atitudes. Coisa que Dee Dee e Johnny tinham bem. Sendo assim, o que pensar do frontman? No mínimo, o dono da boca de fumo. Ou pra ficar mais chique, o drug dealer.

 “É legal cantar em, you know, ahhn, zenkutsu-dachi”

Mas coitado, Joey era um doentinho. Mesmo com um corpo de quase dois metros, era acometido por muitas doenças. Muitas vezes tiveram que viajar pra fazer shows competindo com o catarro do cara. As psicólogas disseram que ele era disléxico na infância, sem falar que sofria do mal dos famosos das revistas semanais, TOC. O cara tinha que contar as estacas das cercas nas ruas e os degraus que pisava. Onde fica o líder de banda assustatodos de agora há pouco?

Mas Joey nunca escondeu. Por isso que eu falo pra Cine e companhia assumirem a homossexualidade logo.

O mesmo se deu com Johnny Cash. E Sid Vicious também. Como bem sabido, nunca conseguiu tocar as quatro cordas graves de um jeito razoável. O danado nem chegou a gravar o ÚNICO álbum do Sex Pistols, e diz a lenda que ficava um outro baixista atrás do palco pra fazer as linhas por ele. Mas diga lá, quem encarnou mais o espírito do punk nesse mundo do que Sid Vicious? Quem tinha mais presença de palco que ele? No one, manolo. Não se assuste com essas coisas, é perfeitamente normal.

 “É dorgass, mãe!

De verdade mesmo, só Phill Spector, que é doido e apontava uma arma pra cabeça dos músicos pra tocarem um riff 200 vezes seguidas. E ainda era considerado o MELHOOOR produtor de todos. Não creio nisso. O Gato Lopez também não.

 “Sou Phill Spector e gosto de… Música, né?

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