“TOP 100 FILMES BACON FRITO” 85 – 81

Cinema sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

85) Metrópolis

(Fritz Lang, 1927)

Uiara: Eu tenho a impressão que o Fritz Lang entrou numa máquina do tempo e deu uma olhada no século seguinte antes de fazer esse tempo. Quer falar de efeitos especiais revolucionários? Esqueça 2001. Metrópolis é que mostra umas cenas que me faz virar a cabeça pro lado ao tentar imaginar como é que aquilo foi feito antes da minha vó nascer. Filme necessário na lista de qualquer um que pelo menos finge gostar de cinema.

Pedro: Poucos são os filmes que merecem a alcunha de hiperclássico tanto quanto Metrópolis. Monumental (reza a lenda que custou o equivalente a 200 milhões de dólars), grandioso, fabuloso. Teria tudo para ser um belo blockbuster – mas é muito mais do que isso. Carregando uma crítica social e uma visão completamente distópica (e assustadoramente atual) do século XXI, a obra prima de Fritz Lang é um divisor de águas, e sem dúvidas uma das obras mais importantes da história do cinema. Filmaço. E olha que eu estou falando de um filme mudo com duas horas de duração.

Veredito Final:
PA diz:
Obrigatório.
FilmAÇO. Ainda mais se considerar que foi feito em 1927.

Uiara diz:
me custa acreditar que esse filme é mesmo de 27. Os efeitos especiais dele são bem feitos demais pra uma época que as pessoas ainda estavam aprendendo a manejar uma câmera.
isso sem contar a história.
se colocassem cor ali dava pra dizer facilmente que foi feito ontem, de tão atual o assunto

PA diz:
E ressaltando de novo a história e a crítica social do filme.

84) Adeus, Lênin!

(Wolfgang Becker, 2003)

Uiara: Sabe aqueles quadros que são formados de vários pontinhos, mas que formam um obra grandiosa se vista de longe? O que aconteceria se você fosse lá observar um desses pontinhos com uma lupa? É assim que eu vejo a história do Adeus, Lênin. Por trás de um dos maiores eventos da humanidade, a queda do muro de Berlim, as vezes ninguém se lembra que pessoas VIVIAM lá. Nesse filme alemão vemos a história de uma família que se vê numa situação no mínimo inusitada por conta do muro. E da eventual queda.

Pedro: Devido a uma atitude tanga do protagonista (que não quis contar para sua mãe, em coma durante meses, sobre a unificação da Alemanha), Adeus, Lênin! conta uma história manjada sob uma perspectiva única. Os dilemas, os problemas, as desilusões… tudo é contado na perspectiva de um jovem garoto que “contra a corrente” tenta reconstruir um pouco da Alemanha Oriental dentro de casa.

Veredito Final:
Uiara diz:
depois do aniversário da queda do muro, nada melhor que um filme que fale dos efeitos nos moradores das Alemanhas da época. Isso além do que os professores falam. Sempre me interessei mais pelas historinhas aleatórias que acontecem no meio desse tipo de evento
como uma socialista fanática que não sabe do fim da Alemanha repartida e um filho que não quer que ela tenha um treco de novo se souber

PA diz:
O roteiro do filme é muito bem construído. Ótimo filme da Tia Josefa pra história.
Uiara diz:
mesmo você achando o Daniel Brühl um tanga?
PA diz:
Ele continua sendo um Tanga. Mas se ele não fosse não haveria filme.

83) A Bela da Tarde

(Luis Buñuel, 1967)

Uiara: Catherine Deneuve interpreta uma esposa que se encheu da vidinha mais ou menos com o marido bacana e resolve bater ponto num puteiro de luxo de Paris enquanto o homem trabalha. Mais um que parece simples, mas não é. Nem poderia ser, se tratando de um filme do Buñuel. Sabe aquelas pessoas que você ouve falar por aí que sofrem de masoquismo? Não se comparam a Bela da Tarde (Nome de guerra de Severine, a dona de casa do início do parágrafo). Ainda foge a minha compreensão como uma pessoa pode ter prazer ao se sentir enojada, mas cada um com seus pobrema. O que interessa é que o filme te mostra que é possível.

Pedro: A única coisa que você pode ter certeza ao assistir um filme de Buñuel é esperar algo que você nunca imaginou assistir em um filme. Que tal a história de uma dona de casa que gosta de tomar uns “tapinhas”? Interpretada por Catherine Deneuve? É o tipo do filme cujas cenas vão ficar gravadas na sua mente.

Veredito Final:
Uiara diz:
a princípio não acreditei que fosse mesmo uma história do Buñuel. Uma dona de casa que quer se aventurar no mundo mágico da prostituição. O que há demais nisso? Mas vindo de um mestre surrealista, claro que não podia ser simples assim
Uiara diz:
ali sim dá pra entender o que masoquismo quer dizer de verdade
PA diz:
Verdade, as vezes nem parece Buñuel… mas assim como Woody Allen, isso que mostra um grande diretor – a capacidade de fazer grandes filmes, sem cair sempre na fórmula que o consagrou
PA diz:
Fora que é a obra mais popular dele, com protagonista conhecida e tal. Um bom jeito de se iniciar no mar de loucura que é o Buñuel.
Uiara diz:
loucura não… surrealismo
não fala mal do amigo do Dali

PA diz:
Diga-se de passagem, o único homem de bigode que a Uiara suporta.
Uiara diz:
mas cê só me entrega!
Uiara diz:
é como eu disse… não é qualquer homem que, além de ser um gênio, ajuda a sintonizar melhor a televisão
PA diz:
ehuehueheuh

82) O Sol é Para Todos

(Robert Mulligan, 1962)

Uiara: É um filme sobre preconceito racial que não te faz ter dozinha do defendido. Cê só vê que algumas coisas são injustas e tem que lutar pra mudar e fim.

Pedro: Ignorem o que a Uiara falou. O Sol é Para Todos é um filmão. Muito mais do que uma simples crítica social como pode parecer. Por dois motivos básicos: Gregory Peck interpreta o único herói da história do cinema que não soa piegas, e o filme carrega as melhores atuações infantis que já passaram por Hollywood. E olha que pelo menos metade da película é protagonizada por elas. Possivelmente o melhor filme de nosso top 100 no quesito construção de caráter.

Veredito Final:
Uiara diz:
é um dos poucos filmes sobre preconceito racial que não me dá sono
PA diz:
Puta filme legal. Além de ter um dos melhores heróis já construidos, ele ainda conta com uma das melhores atuações infantis que eu já vi.
Uiara diz:
e deu um Oscar pro Gregory Peck

81) Cães de Aluguel

(Quentin Tarantino, 1992)

Uiara: Tenho pesadelos com o Tarantino me torturando e matando de uma forma sangrenta e Cães de Aluguel certamente me ajudou nessa imagem. Mesmo com a interpretação torta de uma música da Madonna na primeira cena, este se tornou o filme menos ruim do cara pra mim. Bom mesmo só o Bastardos Inglórios. Falarei mais mal do Tarantela futuramente. Ainda bem que tem o Pedro pra contar pra vocês o que há de bom nele.

Pedro: Uma discussão marcante sobre “Like a Virgin” é o prenúncio de um dos melhores filmes da década de 90 e do diretor que deu uma cor a década (até então) mais sem criatividade do cinema. A história não poderia ser mais simples: seis ladrões sem nenhuma ligação são chamados para cometer um roubo. Mas as coisas não dão certo – e é a partir daí que o filme começa: a partir dos registros e ações dos sobreviventes que vão chegando no ponto de encontro planejado, começamos a coletar dados e tentar entender o que aconteceu. Agora adicione um homem baleado que sangra do começo ao fim, um psicopata e a busca paranóica por um traidor – tudo acontecendo em um único cenário em meio a diversos flashbacks. Imperdível.

Veredito Final:
Uiara diz:
pfff
PA diz:
morra
Filmaço.

Uiara diz:
pffff
Uiara diz:
tá. É…bom.
mesmo eu tendo quase desistido de assistir depois de eles falarem de Like a Virgin
e mesmo eu já tendo doado meu dvd pra uma pobre fã iludida

PA diz:
Consegue prender atenção se sustentando em diálogos e sem praticamente mudar de cenário.
Estréia de luxo do Tarantino.

Este texto faz parte de um TOP 100. Veja o índice aqui.

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