The Exterminators (Vertigo)

Bíblia Nerd sexta-feira, 30 de abril de 2010

Você aí, leitor solteiro, que mora sozinho, me responda uma coisa sinceramente: Em que estado de limpeza está sua casa/apartamento/quitinete? Provavelmente, o chão está juncado de embalagens de barras de cereal, batatas fritas industrializadas, pacotes de biscoito e caixas de CD. Em cima da mesa, uma profusão de latas e garrafas de todo tipo de bebida. Na cozinha, pilhas e mais pilhas de caixas de pizza, hot pockets (Como você consegue comer isso?), cascas de ovos e, claro, as onipresentes e indefectíveis embalagens de miojo. Sim, eu sei que você é um relaxado. Mas, sabe quem adora essa sua falta de organização e limpeza? Não, não sou eu. São artrópodes, da classe dos insetos, geralmente pequenos, marrons e com uma predileção por locais quentes e úmidos: As baratas.

Você, em algum momento da sua vida, já lidou com elas. Em casos mais extremos, foi necessária a interferência de um dedetizador para evitar que você se tornasse um Joe. E The Exterminators é justamente uma HQ sobre… dedetizadores.

Bom, obviamente não o tipo de dedetizador que vemos normalmente por aí, que simplesmente entopem sua casa de inseticidas potencialmente cancerígenos por uma semana e cobram os olhos da cara por isso. Em The Exterminators, o buraco é mais embaixo.

Tudo começa quando uma empresa, a Indústrias Ocran, desenvolve um novo inseticida, chamado Draxx. Até aí, nada de incomum. O problema começa quando AJ, um funcionário da empresa de dedetização Bug-Be-Gone, morre por… overdose de Draxx. É isso aí, o inseticida também servia como dorga. Então, numa dessas investigações paralelas que protagonistas adoram fazer para irritar a polícia, os colegas do “defunto” descobrem que, além de matar insetos e servir como entorpecente, o maldito inseticida ainda é um poderoso agente de mutação genética, fazendo com que as baratas pulem vários estágios evolutivos.

Lembra do AJ, o cara que morreu de overdose no parágrafo acima? Bom, ele não está REALMENTE morto em termos puramente fisiológicos. Ele agora se chama CJ e é, na verdade, um faraó reencarnado adorador de insetos. CJ, então, mata um dos empregados da Bug-Be-Gone para provar seu poder e ser aceito pelas baratas, agora inteligentes e violentas.

Sim, o parágrafo acima não faz o menor sentido, e olha que isso é só o começo da história. Ainda temos frutas de Madagascar como um meio de destruição do mundo e explicações malucas para o fim da civilização Maia, não achem que o faraó entomófilo é o pior que tem na história. Ainda vai haver uma guerra secreta, nos esgotos, entre as Tartarugas Ninja baratas mutantes e a Bug-Be-Gone. E, como isso é a base do argumento, qualquer coisa que eu disser a partir daqui é spoiler, vamos mudar de assunto.

The Exterminators é uma ótima HQ. A história é original (Apesar de lembrar um pouco a de Matrix), se desenvolve de modo incrivelmente nonsense, apesar de ainda fazer sentido, e é extremamente divertida. A arte, colorida, é limpa e agradável. Essa é uma HQ de respeito, e se você deixar de lê-la (Ou fizer isso enquanto as baratas do seu quarto estiverem olhando), garanto que essa vai ser uma coisa para se arrepender.

The Exterminators


The Exterminators
Lançamento: 2006
Arte: Tony Moore
Roteiro: Simon Oliver
Editora: Vertigo

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