Séries à Americana

Televisão sexta-feira, 26 de março de 2010

Primeiramente: prazer. Podem me chamar de Egotista. Ou não. Se preferirem, meu nome é Diego. Sinceramente, eu não ligo. Sou dos novos estagiários e por isso quem fizer piadinhas sobre servir café vai receber meu eterno desprezo. Com cuspe. Sou um estudante de design me especializando em tendências e hábitos de consumo, que, por acaso, é viciado em séries. Minha função aqui será dizer que o que você assiste é uma merda, e nada melhor do que começar explicando o motivo de ser uma merda.

Aulinha de história: era uma vez um país muito ferrado. Eles tinham acabado de ir à falência, de todas as formas imagináveis. Não estou falando só de não ter dinheiro, mas de não ter nem uma cervejinha pra tomar nas tardes de domingo e rir da própria merda, entende? Esse país se chama Estados Unidos, lá pelos anos 30, para ser mais exato. E isso não é uma divagação aleatória, eu vou chegar a algum lugar, então continue lendo. O que os executivos do país falido pensaram “Uh, nós precisamos de dinheiro pra movimentar nossa economia, além de melhorar a qualidade de vida do nosso povo antes que virem emos (#EPICFAIL). Já sei! Vamos fazer eles quererem um monte de coisas inúteis que eles realmente não precisam. Assim eles ficam felizes, nós ficamos ricos e o país sai do aperto, wee!” (com direito a smile sorrindo :))

 Mindfucking? Yes we can!

Os Estados Unidos viraram a maior potência do mundo, ponto para eles, mas a obsolescência programada produziu uma geração de descerebrados que só querem saber da busca pelo prazer instantâneo. Não me cabe descrever o vazio emocional que esses artigos de luxo da semana não suprem, mas a questão é que isso passou a imperar em todos os graus visíveis da sociedade.

Então, nós temos duas guerras mundiais que fazem o Brasil perder contato com a Europa. E o que acontece com um país manco, terceiro-mundista, frágil e cheio de macacos quando perde seu melhor amigo? Ele olha pra cima e pede ajuda, desesperado. Agora, da um look no Mapa Mundi e me conta o que tem em cima do Brasil? Eu obviamente não estou falando da Guiana Francesa nem do Suriname. Abrimos nossas portas para a América. Essa que a gente imita no modo de agir, pensar, comprar, e, principalmente, no modo de assistir TV. Era ai que eu queria chegar. Na televisão americana, o que importa é o entretenimento imediato. Eles querem que a audiência fale: “Noffa, uma cena de menagyyyy, xoquey!”. Os personagens são planos, óbvios, mal estruturados. Eles não evoluem, só se envolvem em uma infinidade de conflitos que ficam em aberto só para voltar a um estado idêntico ao do inicio da história. Séries americanas não querem mostrar nada de significativo. Elas querem que você assista. Só. Pra atingir isso, elas irão usufruir de toda a sorte de tramas batidas, cenas de sexo e roupas de marca, que os personagens usam mesmo se forem favelados se prostituindo por meta-anfetamina.

 Separadas pelo nascimento, unidas pelo roteiro ruim.

Basicamente, igualzinho a novela das oito. É claro que existem exceções respeitáveis, tipo Dexter, Six Feet Under, House, Battlestar Galactica, Lost. Séries que chegam a alcançar o patamar de arte. Mas é uma industria de cultura inútil, então é preciso aprender a peneirar as atrações para achar as exceções à regra. O que eu quero dizer com tudo isso é: não seja um imbecil. Pense antes de assistir, pense enquanto assiste e, de preferência, pense depois que assistiu também. Porque, se você não conseguir fazer esse último… Aí a América te pegou, colega.

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