O bom e velho funk carioca

Música sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

“ARGH, MEU DEUS, FUNK NÃÃÃÃÃO!!!” Podem parar com o chilique, que eu sei que lá pelos anos 90, entre Gerasambas, Molejões e Sowetos, alguém da tua família curtia uma Furacão 2000. É, e eu sei que quando você ouve, por alguma ironia do destino, as músicas que tocavam nessa era de Mãe Loira e Pai Moreno, temos que ter respeito, você fica todo(a) felizinho(a). Então lê o texto aí e relembre a época em que o funk era bom. E se você é juvenil, bem, se você é juvenil você pode sair daqui. Agora, amprifica o som e se prepara pro meu karatê 97, DJ!

O funk original surgiu lá pela década de 60, nos EUA, através da mistura do jazz, do soul e do R&B. Já o funk carioca, que surgiu por aqui nos anos 70, foi devido aos DJs dos conhecidos bailes black, shaft, soul e funk, que com o tempo, resolveram buscar novos ritmos para se fundirem aos já citados, dando origem ao funk carioca que não conhecemos hoje. Sim, pasmem, houve um tempo em que os DJs criavam músicas e não apenas davam play no iPod. Os anos 80 e 90 foram ótimos para o funk carioca, gerando clássicos que você canta até hoje quando tá bêbado com seus amigos, É, pois é, não vem que não tem, você disse que bateu em 10 eu bati em mais de 100. Mas antes de mais nada, ouçam o Hino da Furacão.

http://youtu.be/3TLexaslHP8

Pode-se dizer que o funk carioca foi separado em alguns sub-estilos, iniciando com as melôs (Feira de Acari) e paródias (Rock das Aranhas), mas foi na época do funk Melody, que nos apresentou Latino, MC Marcinho e vários outros que tinham pacto com o demônio para criar músicas que nunca mais sairiam de nossas mentes, que o funk se destacou nacionalmente, invadindo não apenas emissoras de rádio, mas também de TV. Em 1995, a Furacão 2000 ganhou seu próprio programa na CNT, o funk desceu o morro e foi parar na Globo, sendo que durante um tempo, o programinha da Xuxa era praticamente só funk. E nessa época surgiram também Claudinho e Bochecha, que queiram vocês ou não, são os primeiros a pularem em sua mente quando a palavra funk é dita por alguém. E foi após essa época boa que surgiu o proibidão, que arrastou o funk para o que é hoje em dia.

No final da década de 90, o proibidão veio lentamente ganhando espaço até que POW, de repente não passavam mais carros tocando Oh Baby me leva ou Cri, cria asa periquita treme, treme a tabaca. A partir daquele dia, o funk se resumia a altas putaria. Sendo assim, o funk perdeu espaço na mídia, ficando limitado aos bailes e culminou no que conhecemos hoje em dia, mulheres frutas e Mr. Catras. E o pior de tudo é que funkeiros antigos, que nada tinham a ver com os proibidões é que pagaram o pato, ficando esquecidos com seus disquinhos acumulando poeira em cima do guarda roupa de alguém. E isso é triste, pois o funk era divertido, era animado, era engraçado e por que não, era cultura. É bom e ruim relembrar os churrascos na casa da sua tia, onde seus tios e primos ficavam dançando Ô simpático, para de jogar caô ou Qual a diferença entre o charme e o funk? Enfim, o funk já foi pra toda a família, hoje em dia, quem vai deixar sua filha crescer achando que ser mulher fruta é ser artista?

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