Honkey Kong (Boots Electric)

Música quinta-feira, 28 de junho de 2012

Se você acompanha a grande trama de intriga contatos que a música tem, deve saber que nomes como Dave Grohl e Josh Homme vivem criando projetos paralelos às suas bandas principais, com gente do calibre de John Paul Jones [O baixista do Led Zeppelin] e tal. Um dos amigos desse povo é o Jesse “The Devil” Hughes, vocalista do Eagles of Death Metal, banda onde o Homme toca bateria. Mas ai você me pergunta: “Tá, e o que isso tudo tem a ver com Boots Electric?” Acalme-se, jovem gafanhoto. Boots Electric é apenas um pseudônimo do sr. Hughes. Tudo faz sentido agora, não?

Se você não faz ideia do que é Eagles of Death Metal, azar o seu. Mas o vídeo a seguir te dá uma ideia da pessoa com sérios problemas que gira por trás do nome Jesse Hughes. Se você já conhece, é só um reforço na imagem de doente mental. Ou não. Assiste logo e não enche o saco.

Parece só um tiozão meio-Leôncio-meio-nerd, certo? Pois bem, esse filho da puta com pelagem facial questionável é na verdade um compositor sagaz e um vocalista do caralho. Sem contar que o cara transpira mel. Ou é a imagem que é vendida, não sei. Tou preocupado é com a música, e nesse quesito não tenho do que reclamar. É um rock com umas firulas [Sou simplista, pra mim ou é barulheira ou tem firula] mas que te diverte ao ouvir. Cê não fica pensando “Que merda é essa que eu tou ouvindo?”, tá mais pra um “Daora essa merda que eu tou ouvindo!”, e entra no embalo. Até eu, que não danço, fico tentado a remexer o esqueleto. E sim, eu tenho 80 anos de idade.

E vamos ao álbum, que abre com uma baladinha frenética chamada Complexity. O baguio já começa loko, com uma música elétrica [E não eletrônica] que faz você se remexer na cadeira. E olha que eu não sou de dançar. Foda é que quando parece que a música vai engrenar num ritmo mais consistente, ela termina, dando lugar à Love You All The Thyme, que faz jus ao nome, e é uma voadora nas duas bolas. Como toda coisa de romance, casal e etc. Sabe aquele ritmo acelerado com que a gente começou? Esquece, o negócio fica fofinho, o que me deixou com vontade de explodir meus próprios miolos. Felizmente, isso não dura, pois na sequência temos Boots Electric Theme, uma fuck music das melhores. Duvida? O vídeo fala por si só:

Atentem para as paródias de filmes.

Tá, na hora da necessidade, qualquer música vira fuck music, mas cês entenderam a ideia. Depois dessa overdose de sensualidade, temos Dreams Tonight, que é outra musiquinha bonitinha para casais apaixonados. E o negócio só descamba pra bagaceira em No Ffun [É assim mesmo, com dois “f”], que soa meio depressiva até, indo de encontro ao clima pra cima do álbum. Claro que você só nota isso se estiver ouvindo o disco sem fazer mais nada, senão cê nem nota esse tipo de desvio no meio da batida que se mantém constante duraOlha, mudou pra Oh Girl, que já tá mais animada [Coisa que não é dificil]. Soa mais como uma daquelas músicas dos anos 50, onde tudo era mais puro, inocente e não-sexual. Mesmo com as pessoas fazendo tanto sexo quando hoje. Só não era escancarado.

E ao fim desse trio menininha menstruada, temos Speed Demon, um retorno ao que Hughes sabe fazer: Rock. Rock franco e aberto, sem precisar de sentimentalismos. Música que te faz balançar a cabeça no pescoço. E se você balança a cabeça, a música já te ganhou. Desacelerando um pouco, mas ainda mantendo o ritmo ganho, You’ll Be Sorry vem e te envolve, permeando o ambiente num clima maneiro, que te faz dar aqueles sorrisinhos de canto de boca melhor do que as tentativas de baladinha do sr. Hughes. Ai vem Trippy Blob e acelera de novo, só que com uma intro de tecladinho. Sério, porque as pessoas não abandonam os teclados? Eles não fazem bem, aquilo é um ranço maldito dos anos 80. Mas felizmente, é só no começo da música que o teclado se faz notar, então dá pra deixar passar. E a música é bacaMALDITO TECLADO SAI DAE! Pronto, passou. Não sei porque diabos, mas essa música me lembra Misfits, apesar de não ser acelerada feito punk. E, pra encerrar a conta, Swallowed By The Night começa com uma pegada blues [Ou seria folk? Ah, foda-se]. Sei que é um jeitão de música típica do interior dos Estados Unidos, trazendo uma certa familiaridade, o que é estranho, já que eu não sou um redneck. Mas a música te leva na boa, e você acaba se pegando cantarolando o ritmo na segunda ou terceira vez que ouve.

E como vocês devem ter notado, eu dividi o álbum em três blocos de músicas: As três primeiras, que são mais divertidas [Mesmo com Love You All the Thyme], as três do meio, que dão vontade de largar o disco pra lá, e as quatro finais, que são as que realmente valem a pena. O conjunto todo é bom, se você ouvir na sequência, e talvez melhor ainda se você largar no random. Mas tem horas que realmente dá vontade de largar mão de ser besta e ir ouvir Eagles of Death Metal. Aliás, em breve eu devo falar sobre eles pra vocês. Mas só se vocês merecerem.

Honkey Kong (Boots Electric)


Lançamento: 2011
Gênero musical: Pop Rock
Faixas:
1. Complexity
2. Love You All the Thyme
3. Boots Electric Theme
4. Dreams Tonight
5. No Ffun
6. Oh Girl
7. Speed Demon
8. You’ll Be Sorry
9. Trippy Blob
10. Swallowed By the Night

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