Boas séries que foram canceladas (Por minha causa)

Televisão sexta-feira, 01 de junho de 2012

Em 2007, Journeyman, uma das minhas séries favoritas foi cancelada. A princípio achei que era só um longo hiato, mas foi muito mais do que isso. Depois aconteceu o mesmo com New Amsterdam. E depois, com mais algumas séries, totalizando nada menos que oito cancelamentos. A partir daí cheguei a uma conclusão: O universo conspira para cancelar minhas séries preferidas (Ou então sou eu que tenho um mau gosto inacreditável).

Hoje estou aqui para falar um pouco dessas séries (RIP) e sobre porque vocês também deveriam assistí-las mesmo não tendo um final digno – ou final nenhum. Esse texto contém alguns spoilers, mas, sinceramente, vocês irão se importar com isso se tratando especificamente destas séries?

Journeyman

Essa série durou somente treze episódios. Contava a história do repórter Dan Vasser (Kevin McKidd) que, sem saber como ou por que, viajava de volta no tempo de forma aleatória – tal como Desmond no episódio “The Constant” de Lost – para mudar o rumo da vida de uma pessoa qualquer. Essas viagens involuntárias só terminavam após a “missão” ser cumprida e, durante um único episódio, ele fazia várias viagens de ida e volta, de forma que o espectador pudesse ver com clareza o que ele havia alterado no passado.

 “Isso aí, galera. Pose pra aparecer no Bacon.”

Existe um episódio nessa série que eu acho sensacional: Dan vai parar em 1984 e perde sua câmera digital, que mais tarde é encontrada por um cara que utiliza de engenharia reversa para descobrir como ela funciona. Nem é preciso dizer que quando o repórter retorna a seu tempo, a tecnologia está muito mais avançada e, como se não bastasse, por algum motivo maluco que é explicado durante o episódio, o filho dele deixa de existir e dá lugar a uma menina chamada Caroline. A partir daí cabe a Dan descobrir o que precisa ser feito para colocar tudo nos eixos novamente.

New Amsterdam

Lançada e cancelada em 2008, New Amsterdam teve apenas oito episódios, que contavam a história de John Amsterdam (Got? Got?), atual detetive de Nova Iorque que se tornou imortal após salvar a vida de uma garota indígena no ano de 1642. Tudo seria muito simples e muito legal se não fosse por um problema: Ao contrário de John, todos os seres com quem ele se relaciona – amigos, mulheres, filhos e cachorros de estimação – acabam envelhecendo e morrendo, e a única forma de contornar isso é se ele encontrar o amor verdadeiro (Own!…) para que enfim ele deixe de ser imortal e possa envelhecer ao lado dela.

 “Amsterdam, John Amsterdam.”

Além dessa parte relativa à vida pessoal do cara, a série apresenta como plano de fundo algumas investigações criminais, que são resolvidas com base em experiências anteriores do detetive (E com “experiências anteriores” eu me refiro a séculos anteriores). Como exemplo de cenas interessantes, é valido mencionar os flashbacks mostrados nos episódios, assim como o hobby de fotógrafo do protagonista, que é representado pelas várias imagens feitas através dos anos de um único ponto em Nova Iorque. Maldita greve dos roteiristas que fez com que essa série fosse cancelada.

Pushing Daisies

Essa é uma das séries que eu peguei logo na estreia. Lançada em 2007 e cancelada duas temporadas depois, Pushing Daisies teve 22 episódios que falavam sobre a vida de Ned, um fazedor de tortas (Ou piemaker, como o narrador onisciente e alguns personagens o chamam) que tem o poder de devolver a vida dos mortos com um toque, mas com uma condição: Após o segundo toque, a pessoa volta a morrer definitivamente (Sim, “morrer definitivamente” é uma expressão válida no contexto da série). Além disso, existe o problema de que se a pessoa for ressuscitada por mais de um minuto, um terceiro indivíduo morre instantaneamente para que o equilíbrio do universo seja mantido – ou alguma coisa explicação mística semelhante. Então ocorre que Charlotte “Chuck” Charles, o amor da infância de Ned, morre durante um cruzeiro marinho e ele se vê num dilema entre deixá-la viver novamente ou não. Adivinha o que ele escolhe? Pois é. A partir daí começa um namoro no qual os dois não podem se tocar, a não ser por meio de luvas, plástico de embalar alimento e qualquer outra coisa que evite o contato direto entre os dois (Foda, né?).

Pushing Daisies é uma série que te prende pela curiosidade de saber onde é que vai dar tudo isso, pois, além desse romance água-com-açúcar, existe também o fator CSI – o lado da série focado no detetive Emerson Cod que, com a ajuda de Ned, interroga vítimas de homicídio no necrotério da cidade.

 Melhor visualizado com: Olhos semifechados e brilho do monitor em 10%.

A série tem um visual extremamente colorido e poderia ser confundida facilmente com uma obra de Tim Burton, tamanha a quantidade de cenas esquisitas, personagens caricatos e elementos bizarros. Infelizmente, a série terminou com algumas dúvidas no ar: Quem planejava matar Chuck durante o cruzeiro? De onde veio esse poder do Ned de reviver criaturas que já morreram uma vez? Para onde o pai de Chuck foi no fim do nono episódio da segunda temporada e por que o pai de Ned retornou depois de tantos anos de abandono?

Acredito que se Pushing Daisies não tivesse ido para o limbo, ainda teria história para mais duas temporadas (Seria o tempo ideal para explicar tudo). Mas como esse não é o caso, só nos resta especular.

Alcatraz

Esse foi o cancelamento mais recente e talvez por isso mais pessoas devam conhecer. A série começa na Ilha de Alcatraz, no ano de 1963, quando 256 prisioneiros e 46 guardas desaparecem de repente e só reaparecem em 2012.

Quando li a sinopse e algumas críticas que diziam que Alcatraz era “o novo Lost”, imaginei que a história fosse contada pelo ponto de vista dos desaparecidos, e que os prisioneiros principais ficassem reunidos durante os episódios iniciais, numa espécie de Prison Break dirigida por J. J. Abrams. Mas sinopses sempre nos enganam.

 De “Lost” mesmo só tem o espectador.

A história gira em torno da detetive Rebecca Madsen, que se junta a Emerson Hauser (Ex-guarda de Alcatraz) e ao Hurley Dr. Diego Soto (PhD e autor de quatro livros sobre a prisão) para tentar reencontrar todos os desaparecidos. Cada episódio fala sobre um preso específico e mostra cenas atuais intercaladas com flashbacks dos anos 60, e o ponto positivo da série é que os poucos mistérios apresentados foram parcialmente resolvidos durante a temporada.

Tudo bem que a história fala sobre uma ilha, uns mistérios e ainda tem o Hurley, mas Alcatraz não é o novo Lost. E nem será, já que a série foi cancelada depois do 13º episódio.

Assim como as outras séries canceladas, Alcatraz deixou algumas perguntas no ar. Por que o diretor do presídio retirava sangue de prisioneiros saudáveis? O que era aquela aparelhagem na sala do subsolo? E como tudo aquilo se ligava à um grupo de 302 pessoas viajando no tempo involuntariamente?

Como dá pra perceber, histórias interessantes também são canceladas, seja por falta de audiência, greve de roteiristas ou qualquer outro motivo que, a meu ver, sempre tem a ver com dinheiro. Infelizmente é assim, mas ainda continuo recomendando essas séries para quem quiser ver durante o hiato da sua série favorita que ainda sobrevive.

E aguardem a segunda parte desse post.

Danilo Martins é viciado em séries sem final e gosta de prometer coisas que não sabemos se serão cumpridas, tipo a segunda parte desse texto. Também quer seu texto publicado aqui no Bacon? Pergunte-me como!

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