Baz Luhrmann

Primeira Fila sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Mark Anthony é um australiano nascido em 1962. Tem 1,70 m e participava de competições de dança de salão quando criança. Uma vez, disse que “o único plano é não ter planos”. Não, não é uma louca, tô falando do Baz Luhrmann. Se você tivesse prestado atenção no título, saberia.

 Dá até um caldo

Já disse em outro texto que sou fã desse cara porque ele acertou em três dos três filmes que fez, além de um comercial astronômico (economicamente falando, ao menos) com o Rodrigo Santoro, pr’aquele perfume famosão, o Chanel No. 5. Não, esse post não é patrocinado, infelizmente.

O primeiro filme do Baz foi o Strictly Ballroom (sem título em português mesmo), em 1992. Foi escrito e dirigido por ele, como quase todos os outros filmes que o moço fez. Clássica história sobre um cara meio que dança bem, ainda que de forma meio incomum pra época, e uma moça do tipo patinho feio que não dança lá essas coisas, mas que tem a cara de pau coragem de se juntar a ele num concurso de dança de salão. Sim, você já viu essa história em pelos menos uns 2 filmes diferentes. Só que Strictly Ballroom é diferente. É mais puxada pra comédia que pra dramalhão romantiquinho de sessão da tarde. Os atores são ligeiramente desconhecidos, mas fazem o papel direitinho. Foi o único filme do Baz Luhrmann que não foi indicado a nenhum Oscar, mas também o homem tava só começando.

 Nada a ver com Strictly Ballroom, mas é que a cara do Valentino é TÃO engraçada

Quatro anos depois, em 1996, era lançado um filme que considero um dos melhores que já vi. A história é BEM conhecida e é o único roteiro que não foi escrito pelo próprio Baz. Mas é só porque foi escrito por um inglesinho aí, um tal de William Shakespeare. Romeu + Julieta conta a história desse casal famoso de uma forma nunca vista. Estão no elenco Leonardo di Caprio, Claire Danes e John Leguizamo. BABO na primeira cena desse último *procura a tal cena no youtube e não acha*, que o primo da Julieta acende um cigarro, joga o palito no chão, arrasta o calcanhar metálico do sapato pra apagar e diz “Paz? Paz? Eu odeio a palavra, como odeio o inferno, todos os Montecchio… e você”. E dá-lhe bala até explodir um posto de gasolina.

O Romeu fala aquelas coisas todas pra Julieta na famosa cena do balcão depois de tomar Extasy, oferecido por um Mercutio vestido de mulher. A mãe da Julieta é uma doidona que quer pegar o prometido da filha. O Frei Lourenço (confidente do Romeu) tem uma tatuagem nas costas. As espadas tranformam-se em armas que se chamam espadas. O padre que tenta avisar o Romeu que a Julieta não está morta envia um recado pela Fedex. A Julieta não toma um restinho de veneno do Romeu, mas dá um tiro na própria cabeça. E a história toda é passada em Verona Beach.

 “Por minha cabeça, que VIBE tem esses peixinhos”

Só que engana-se quem pensa que uma mísera palavra do texto original foi mudada. Continua tudo lá, em inglês arcáico. E mesmo com todas essas mudanças, por mais que eu torça toda vez e crie a maior espectativa pra que a Julieta dê um tabefe na mão do Romeu e ele não beba o veneno, o casal MORRE como tem que ser. Opa, desculpa aí o spoiler. Mas chega de falar de Romeu e Julieta… Se alguém quiser, sei recitar o filme inteiro.

Em 2001 foi lançado o Moulin Rouge. Outro filme DAQUELES do Baz Luhrmann. Têm no elenco nomes como Nicole Kidman, Ewan McGregor e John Leguizamo (de novo). Assim como Romeu + Julieta, a filmagem tem um ar teatral, mesmo quando coloca senhores de cartola pra cantar Nirvana. Aliás, também estão presentes na trilha sonora Madonna, Fatboy Slim, Elton John e um tango. Conta a história de Christian, um rapaz que vai a Paris escrever sobre amor, mas que antes disso acaba se perdendo entre outros ideais boêmios. Contratado pelo dono do puteiro de luxo Moulin Rouge (que existe mesmo) para escrever uma peça para a estréia do teatro no local, Christian acaba conhecendo por acaso a cortesã-alfa do lugar. E pelos poderes de Elton John acaba conseguindo convence-la de dar um pouco de seu tempo (e outras cocitas más) pra… causa boêmia. Só que ela já é propriedade de um outro desajustado qualquer.

 Obeservem o moinho atrás, por favor

É outro dos meus filmes favoritos, por ser um musical. Sim, eu gosto de musicais, já disse isso antes. Minha personalidade bipolar permite que eu goste MUITO de coisas que não tem nada a ver. Provalmente por isso que o Baz me caia tão bem: por causa da mistureba de coisas improváveis de dar certo que ele faz nos filmes. E esse em especial foi uma dessas paixões de adolescência, que causou a promessa de uma tatuagem e uma caminhada maratonística em Paris pra me decepcionar com o lugar do verdadeiro Moulin Rouge. Querem ver?

 Decepção, cara…

Esses três filmes fazem parte de uma trilogia e tem até um nome específico: Cortina Vermelha. Eu jurava que a única coincidência entre os três era o diretor e o “L´amour” escrito em vermelho em alguma cena. Já li várias versões sobre o motivo desse sinal, mas a que me lembro agora é que a esposa dele, Catherine Martin, trabalhava no musical “La Bohemme” na Austrália na época que se casaram e na peça tem um painel com esse dizer. A certeza que eu tenho é que me divirto procurando essa amostra de La Bohemme nos filmes dele e me decepcionei completamente ao não vê-la no novo filme, o Austrália. Mas isso é só porque não sabia que a trilogia tinha acabado e o Baz tava em outras.

Não vou me estender muito mais falando do Austrália, porque concordo com quase tudo que o Pizurk falou na resenha. Exceto pela nota. Mesmo não tendo NADA A VER com o que já tava acostumada da parte do Baz, o filme é bem legal. Entrei na sala com um copo GIGANTE de café, porque o filme dura quase três horas, mas nem cheguei a terminá-lo. Tudo passa de uma forma tão tranquila e bem conectada que nem dá pra perceber o tempo. Dou um 8. Só não dou 9 porque a atuação da Nicole Kidman tá um tanto quanto questionável (e a própria concorda). E 10 só dou pro Kubrick ou pro Almodovar.

 Coca-Cola

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