Vejam todos minha biblioteca

Livros quarta-feira, 02 de setembro de 2015

NOOOOO DIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIAAEMQUEEEEEEEEEEEEEUUUUUUUUUUUU SAÍÍÍÍÍÍÍÍ´DE CAAAaaAAASAAAAAAA, MINHA MÃE ME DIIIIÇE, FILHU VÊÊEMK.

Eu me mudei. É, mudança: Botar os bagulhos num troço pra levar pra outro lugar e tirar tudo de volta. Eu me mudei, mas claro que nem tudo foi comigo: Roupas ainda estão no meu guarda-roupa, sapatos, álbuns de foto, brinquedos, documentos, tralhas, trecos e bem como a maioria dos meus gibis e livros. A real é que não tenho a casa toda pra mim, então o espaço é dividido: Tenho uma cama, um armário e uma escrivaninha, onde o computador está apoiado no instante em que escrevo isso; o resto é socialismo.

Isso significa que tive que escolher as coisas que precisaria mais, que de fato usaria, e se você já se mudou sabe que algo que não deveria ir sempre vai, e algo que deveria ir sempre fica pra trás. Não perdi minhas coisas, só que agora não tenho acesso à elas, ao menos não sem percorrer vários quilômetros antes.

Como estou ocupado, passando a maior parte do dia fora de casa, não me sobra tempo pra fazer as tipicalidades de um bom vagabundo: Assistir vários filmes, séries, acompanhar a novela, jogar os joguinhos, comer por esporte e nem ler. Não dá tempo de ler, e isso é um saco, mas não que me impeça de trazer uns livros mesmo assim: Não seria a primeira e muito menos a última vez que deixo de fazer algo importante (Ou dormir) pra ler.

 Um beijo pra quem entender esta.

A verdade é que eu tenho bastante livros: Meu (Antigo) quarto tem várias prateleiras cheias, e o mesmo vale pro quarto de hóspedes, mas não dá pra trazer tudo. Alguns dos quadrinhos lá sequer chegariam inteiros, outros livros se soltariam por completo, e falando mais praticamente, uma boa parte eu já li: No fim das contas, não só não dá como não é prático trazer tudo que tenho. E isso significa que tive que escolher uma pequena porção pra trazer.

 As gaitas alí do lado.

E é isso aí: Onze livros. Não vou fazer segredo, caso você não consiga ler:

O Código Da Vinci, de Dan Brown. Ilustrado. Porque além de massa de manobra eu sou preguiçoso também. Me deu vontade de reler uns dias atrás, então aí está: Sua grande obra, que o deu toda sua fama, em sua versão ilustrada e revista.

Em seguida vem O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. Nunca li. Nunca dei bola, e tenho em casa há anos e anos já, mas acho que já é mais que na hora de criar vergonha na cara e lê-lo… Que livro combina melhor com uma mudança?

O próximo vem diretamente do vestibular, acreditem ou não: Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Chato, parado, cansativo, repetitivo. Combina com a rotina: Um muro das lamentações, se assim quiserem.

O próximo é fácil de identificar: Histórias Extraordinárias de Edgar Allan Poe. Em versão antiga, encadernada e com letras douradas, pra ser fresco chique.

O Marido do Doutor Pompeu de Luiz Fernando Veríssimo. Penso mais em vestibular quando ouço este título do que quando penso em Vidas Secas. É outro que não li, e que sempre deixei de lado em preferência à algum outro livro na lista de leitura.

Rita Está Crescendo, de Telma Guimarães Castro Andrade. Nem lembro se esse livro é meu ou da minha irmã, mas é aquele tipo de livro que você tem que ler durante o ensino fundamental: Fino, ilustrado, fácil… Trouxe pra combinar com O Pequeno Príncipe.

O próximo livro faz parte da série incrível que é Mortos de Fama: Uma série sobre diversas pessoas famosas e das mais diversas áreas do conhecimento, explicando de forma simples o que cada um fez. No caso é sobre Isaac Newton: O primeiro e único livro que realmente li dessa série. O conteúdo de Isaac Newton e Sua Maçã, de Kjartan Poskitt, é bem tranquilo de ser lido e é fácil de usar como introdução pra qualquer matéria que se estude (Felizmente minha escola tinha uma biblioteca livre durante o fundamental – porque é claro que professor não passa os livros legais pra pirralhada ler), mas o principal mesmo são as ilustrações.

Assim Falou Zaratustra, Nietzsche. (Saúde). É o próximo na lista de leitura: Está no topo dela há umas duas semanas, tendo estado inclusive ao lado da minha cama, mas ainda sequer abri o troço. Aliás foi um dos últimos livros que comprei, já que o cinto tá apertado.

Agatha Christie vem depois, não com um de seus romances, mas uma peça de teatro (Que foi adaptada pra romance – nego não larga o osso mesmo). Com Poirot, é claro. Café Preto é também o único dentre quase oitenta livros da tia Agatha que tenho e ainda não li, então entra aí a boa e velha teimosia.

Wood & Stock. O único exemplo de banda desenhada que trouxe… Meio esquisito isso, considerando as várias e várias outras opções que tinha… Mas dentre os quadrinistas brasileiros mais velhos sempre gostei mais do Angeli.

E, finalmente, Un Coeur Simple, um conto de Gustave Flaubert. Sim, em francês mesmo, porque eu sou chique… E porque preciso praticar francês.

Dentre umas centenas de livros eu escolhi onze. Não me limitei à onze de propósito e nem nada disso: Olhei pras prateleiras, escolhi os que eu queria, e foram esses que trouxe. Um best-seller safado, um clássico que sempre ignorei, um clássico sofrência (Só após escrever esta palavra você entende de fato o quão merda ela é), uma coletânea de um doido que morreu pobre e manguaçado, uma crônica que tomou GH, um livro infantil sobre a adolescência, um how to physics para idiotas, um clássico do cinismo depressivo, uma adaptação não autorizada de uma obra descartada, uma coletânea de tirinhas antigas e um conto de romance em francês.

Às vezes me pego pensando naquela coisa bem adolescente de definir alguém por seu gosto em determinado tópico: Cinema, games, quadrinhos, livros, música, televisão. Me pego pensando numa cena em que se entra na casa de alguém que não se conhece, e chega-se à biblioteca: Olha-se o que a pessoa tem nas estantes, tentando decifrar como ela é à partir dos livros que têm… Funciona, na maioria das vezes. Mas aí olho (Olhava) pras minhas próprias prateleiras cheias e via que nem tudo que eu tinha lá me representava de algum jeito. Tenho livros que nunca li, livros que nunca compraria, livros que tenho meio que por obrigação, livros que tive que ler e larguei lá, livros que não são meus e estão alí junto, livros que comprei por curiosidade e não gostei, livros que estão lá por todos os motivos possíveis no mundo, exceto porque são um retrato parcial de quem eu sou.

Claro que uma obra, qualquer obra, influencia numa pessoa, até mesmo sem que ela a leia, mas não por isso é uma representação precisa da pessoa, não é assim que funciona. E não é comigo. Ainda assim, deixei diversos livros que, de um jeito ou de outro, me representam e trouxe estes onze: Livros que gosto, que não gosto, que nunca li, que já li, que me interessei antes ou que só olhei pra eles na hora de escolher. Estes onze livros são minha prateleira agora, minha biblioteca: O que eles dizem sobre mim? Se alguém entrar no meu quarto enquanto eu não estiver, como irá me criar em sua mente antes de ser apagado pela polícia?

No fim das contas, o que não está na sua biblioteca pode ter mais peso do que está… E junta menos pó.

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