Um Dia de Fúria (Falling Down)

Bogart é TANGA! sexta-feira, 01 de março de 2013

 Um homem desempregado chega ao seu limite um dia durante um congestionamento e resolve combater a escória da sociedade ele mesmo. Será um dia inesquecível para William Foster (Michael Douglas) e o detetive que estava para se aposentar, Martin Prendergast (Robert Duvall), que tem a missão de encontrá-lo e capturá-lo na imensa Los Angeles.

Sabe aqueles clássicos tão clássicos, mas tão clássicos que você nunca para pra ver inteiro, porque já conhece? Então, se você faz isso você é um imbecil. Tipo eu, que achava do que se tratava Um Dia de Fúria. Peguei pra ver porque estava eu mesmo num dia de fúria. Ou pensava que estava, porque puta que pariu, que filme profundo e com violência gratuita. Ou não tão gratuita assim, já que Bill, ou William Foster, ou ainda D-Fens, conforme sua placa personalizada mostrava, estava só se defendendo das agressões do mundo, inicialmente. Já que depois desandou pra putaria. Afinal, usar uma bazuca quer dizer que você passou do ponto.

Mas também não é bem assim. Imagina você, preso no trânsito, porque uma maldita obra está fodendo tudo, dentro de um carro sem ar-condicionado, num calor de lascar? Se você é brasileiro, isso é normal, mas pros gringos isso é um absurdo, e Bill despiroca total: Abre a porta do carro e sai andando sem olhar pra trás. Mas também, aquela lata velha do demônio até eu largava mentira. Conforme ele vai se deslocando, entretanto, você vai entendendo o porque dele estar num péssimo dia. Numa péssima semana. Num péssimo mês. Separado da filha por uma mãe que acha que ele pode surtar [O que, no fim das contas, tava certo], desempregado, ele só queria estar junto da sua filha no aniversário dela.

 Não dá pra culpar o cara. E ainda tem o labrador!

Ai, como a vida é uma vadia do pior tipo, não basta toda essa putaria, ele começa a ser testado: Um coreano cobrando os olhos da cara por um refri, uma gangue de merda enchendo o saco, uma loja de hamburguer cheia de frescos, um redneck nazista loucão, a polícia e tudo mais. Pera, a polícia? É, jovem padawan, ou cê acha que pode sair tocando o terror em quem te atormenta sem a polícia vir atrás? Não é porque você está engravatado e é branco que você pode fazer isso: Cê também precisa ser rico, cara. Mas como todo anti-herói, você não consegue achar que Bill está errado. Quer dizer, de certa forma ele tá, já que ele tá indo contra a lei. Mas ao mesmo tempo, ele tá fazendo o que todo mundo já teve vontade de fazer: Reagir. Claro que ele tem uma sorte desgraçada [Talvez por ser o protagonista de um filme], mas o fato é que você já teve vontade de tocar o foda-se num dia ruim, eu já tive essa vontade, todo mundo já teve. Ele foi o único quem efetivamente o fez. Se foi tudo premeditado ou não, nunca saberemos. Mas eu desconfio que ele só surtou mesmo. Tipo o Dave Grohl no clipe de Walk.

Cês não sabiam que o clipe foi inspirado no filme?

Com uma atuação fenomenal do Michael Douglas como biruta classe A, e Robert Duvall fazendo o melhor detetive que está pra se aposentar que eu me lembro [Não que isso signifique muita coisa], e uma história que mostra que pra uma pessoa sair da normalidade é um pulo, esse é o tipo de filme que você tem que ver pra aprender que a vida não é injusta a toa: Ela te fode porque você deixa. E mesmo se você não deixar, ela te pega, mais cedo ou mais tarde.

Um Dia de Fúria

Falling Down (113 minutos – Crime)
Lançamento: EUA, França, Reino Unido, 1993
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Ebbe Roe Smith
Elenco: Michael Douglas, Robert Duvall, Barbara Hershey, Rachel Ticotin, Tuesday Weld, Frederic Forrest, Lois Smith e Joey Hope Singer

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