Mr. Patton: Sutil como só um paquiderme pode ser…

Música segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Muitas verdades podem ser ditas sobre Mike Patton, uma delas é que Mike Patton é um dos poucos merecedores do título de gênio no mundo do rock (E até fora dele). O homem das mil vozes. Canta em uma caralhada de bandas, dubla jogos de videogames. Faz trilhas sonoras. Bebe mijo. Compositor da música “Caralho Voador”. Precursor do Nü metal. Sutil como um paquiderme, Patton tem mil projetos paralelos. Alguém aqui já ouviu algumas das bandas do doidão? Regravou uma música dos Bee Gees pro Faith No More. Bizaaaaaarrro! Mas tem muito mais de onde isso saiu…

 Bungleweird

Para entender as paranóias musicais de Patton é preciso também ser bastante paranóico. Sua ascensão ao estrelato com o Faith No More, seus mil e um projetos (Mr Bungle, Tomahawk, Peeping Tom, Lovage, etc) e até a dublagem dos urros vampirescos de Eu Sou a Lenda (2009) atestam o inovadorismo e versatilidade (Ou melhor: A esquizofrenia) do cantor.

 Fools for a lifetime…

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Last Cup of Sorrow

http://www.youtube.com/watch?v=itrYbwesN7s

Criar a própria gravadora, a Ipecac Recordings. Assim Mike Patton resolveu seu “impasse” com a indústria musical e pode despejar no mundo todas as suas loucuras. Depois de mexer até com hip hop, não é nada estranho saber que o músico fez um disco de regravações de clássicos da música italiana dos anos 50.

No Fantômas, batizado em homenagem ao anti-herói do quadrinho francês homônimo, Patton reuniu um “supergrupo”: No baixo temos Trevor Dunn, companheiro do Mr. Bungle, sua banda original. Na bateria, Dave Lombardo do Slayer. E pra fechar a conta o homem samambaia Buzz Osborne, guitarrista do Melvins (Preciso mesmo dizer que ele foi importantíssimo para o movimento grunge de Seattle?). Uma banda capaz de tocar grind metal burro por 30 faixas, cada um referente a um dia de gravação, contendo apenas improvisos, samplers e gritos (Suspended Animation). Ou até de fazer um disco (O excelente Director’s Cut, de 2001), quase todo com regravações de temas de filmes de suspense e terror.

Cape Fear

O maluco lançou em 2001 um outro projeto, a banda Lovage. Pode-se dizer que é uma banda de trip hop ao estilo do Portishead, mas ela meio que criou um novo estilo, chamado Fuck Music (Sim, é isso mesmo que você leu). Tem coisa melhor do que um Trip Hop feito especialmente pra você ouvir enquanto faz sexo? A banda foi formada por Mike Patton, Jennifer Charles (Vocalista da banda Elysian Fields), Dan Nakamura (Produtor das banda Gorillaz e Kasabian e mais conhecido como Dan-the-automator) e Kid Koala (DJ canadense). Music to Make Love to Your Old Lady By tem sexo como tema principal (Que maravilha, né?) e é recheado de tabus, fantasias e fetiches. Infelizmente, foi o único disco desse projeto até agora.

Book of the Month

Outro projeto do senhor Patton é o Tomahawk (É, como esse cara tem banda). A banda começou tocando um som mais parecido com o FNM, mas depois descambou, num disco antológico feito somente com releituras de musicas indígenas americanas, o Anonymous de 2007.

God Hates a Coward

Em 2006, Patton se juntou a uma caralhada de gente (Rahzel, Dan the Automator, Rob Swift, Dub Trio, Imani Coppola, Kid Koala, Kool Keith, Norah Jones, Bebel Girlberto, Massive Attack, Z-Trip, Butterscotch, DJ Quest, DJ D-Sharp, Amon Tobin, Mike Relm) e fez o disco de hip hop Peeping Tom.

Sucker

Esse ano, ele lançou Mondo Cane, um apanhado de músicas bregas italianas revisitadas por Patton e banda (Não uma bandinha, mas também uma orquestra com 65 músicos!). A ideia surgiu em 2008, quando Patton era casado com um italiana e proprietário de uma casa em Bologna. Ele não apenas desenvolveu um italiano perfeito como também um interesse profundo pelo cancioneiro do país da bota.

Deep Deep Down

Mas a menina dos olhos de Patton sempre foi mesmo o Mr. Bungle. Formado em 1985, na pequena cidade californiana de nome Eureka (Seria essa a causa de toda a loucura musical do grupo?), era a banda de escola do Mike Patton. O nome Mr. Bungle foi inspirado em um programa de televisão norte americano (Pee Wee Herman) que ensinava às crianças como se comportar, e Mr. Bungle era justamente como chamavam as crianças que abdicavam do “bom comportamento”, ou seja: Andavam sujas, eram desobedientes, não escovavam os dentes, não lavavam as mãos. A banda ganhou muitos concursos e catapultou Patton para entrar no FMN (Que, pra quem não sabe, teve outros vocalistas, incluindo até a perturbada da Courtney Love). Em 1991 lançou o primeiro disco homônimo, que contem a musica Travolta, que teve seu nome mudado pela gravadora para Quote Unquote (Talvez temendo um processo) e teve o clipe censurado na MTV. A banda foi considerada a mais eclética de Patton, misturando death metal, jazz, frevo, rockabilly, surf music, musica eletrônica, ritmos do leste europeu…

Uma boa seria conferir o disco California de 1999, ia se chamar Californication, mas uma banda sem talento nem originalidade roubou o titulo do disco, o que rendeu uma sátira por parte da banda em resposta. Foi o disco de mais sucesso da banda, mesmo sendo mais pop e inferior ao anterior, Disco Volante, de 1995, considerado na época pela critica como o suicídio comercial da banda. Ainda na mesma época, Patton foi convidado pelos integrantes do INSX a substituir o antigo vocalista Michael Hutchens, morto aparentemente enforcado enquanto se masturbava. Patton agradeceu o convite, mas afirmou que só toparia se ele pudesse se enforcar com o microfone durante o primeiro show…

 Du-da-grmph-tch-tch-GAAAA!!!

Meus amigos dizem: “Isso é música para doido, cumé que você escuta isso?“. Mas, eu recomendo. Com o Mr. Bungle, Patton ultrapassou todos os limites da criatividade e desprendimento. Pena que apesar de ter durando 15 anos, trabalharam juntos tão pouco tempo. Talvez minha banda preferida dentre tantas desse maluco.

Pink Cigarrete

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