E The Walking Dead mais uma vez assinou o diploma de trouxa do Jo

Televisão sexta-feira, 04 de dezembro de 2015

A gente tem um nome pra isso, lá na minha terra: Mulher de malandro. A piranha que leva surra mas visita na cadeia. Fã é tudo uma bosta mesmo.

Se bem que não sei se o Jo é fã mesmo… “Síndrome de Estocolmo”, já diriam os doutores eleitores do PT pro governo de São Paulo… Independente do diagnóstico, o quadro clínico é grave: Burrice aguda, falta de memória de curto prazo, baixíssima auto estima, vagabundagem crônica, depressão aguda, espasmos musculares, períodos de desilusão psicológica e vício. Porque essa de apanhar e querer mais não é coisa de masoquista, é coisa de escravo. Masoquista tem palavra de segurança.

Sem entrar nos méritos de “a vida é minha, o problema é meu”, vamos então nos méritos de

Porque a lógica é muito simples: Falem bem ou falem mal, mas falem de mim. A TV funciona por audiência, e mais do que qualquer coisa, audiência é democrática: Se pra maioria está bom, pra emissora está melhor ainda. E não há como negar essa lógica… Ou há? Porque se pegarmos algumas coisas como exemplo, dá pra ver que audiência não mede satisfação: A Copa do Mundo no Brasil, todas as temporadas de Lost, Os Simpsons, o Domingão do Faustão, todas as transmissões de shows pelo Multishow. Audiência significa que tem gente assistindo, e isso significa que tem gente assistindo as propagandas também, mas de forma alguma mede opinião. O problema disso é que a TV usa única e exclusivamente a audiência para saber se está bem ou mal das pernas.

Claro, há a internet e gente conversando no metrô, mas foda-se essa gente: A TV não tem crítica. Ou vocês conhecem algum crítico de TV, do jeito que o cinema ou a música tem? Porque da última vez que eu chequei, o que a imprensa como um todo fala da TV se resume à spoilers dos próximos capítulos, aos atores que contracenam namorando na vida real e a lambeção de saco generalizada que ocupa tanto espaço na vida dessa gente que “trabalha” assistindo TV.

A Mariscreuza da novela das 7 não estava legal essa semana, ficou forçado, mas o programa de bandido-bom-bandido-morto com o Claudiomiro Souza está muito bem, cheio de energia.

Mais bosta que a programação da TV só quem se presta à assisti-la. O nome disso é cumplicidade.

O grande problema talvez seja achar aquele meio termo entre a necessidade de saber o que vai dar com o que você já dedicou seu tempo e essa falta de amor próprio que te torna um idiota… E em minha experiência própria, o primeiro costuma ganhar sempre. É verdade que eu não sigo semanalmente série nenhuma há uns anos, não invisto em coleções não terminadas e nem nada disso, mas é também verdade que, se tenho um tempo sem nada pra fazer, uso este tempo pra assistir a porcariada toda de uma vez: Enquanto que não dedico periodicamente um curto período de tempo pra esse tipo de coisa, há dias em que passo o dia todo dedicado à elas… Não é melhor, não é uma solução… Na real mesmo é até meio triste, mas ao menos na minha cabeça estúpida, eu me sinto menos inútil.

Porém há certos momentos em que você deve meter o pé nessa teimosia autoinfligida e largar a porra toda, porque o troço não vai pra frente. Não é mais uma questão de ver o que vai acontecer, ou do tempo já dedicado à algo, e nem de ter uma nova experiência assistindo o que for: Não tem final. Porque enquanto a audiência estiver no topo e as opiniões dessa audiência continuarem irrelevantes (E não pensem nem por um segundo que há chances de isso mudar assim tão cedo), o produto não vai mudar. Em time que está ganhando não se mexe. Acontece que não é o time da audiência que tá ganhando: A audiência é o Brasil.

 Tem mais de ano daquele jogo e eu ainda ri dessa porcaria.

Tem hora que o único jeito de ganhar é não jogando. Tem hora que não é mais honra, persistência ou raça. E se isso significa que você tem que largar mão de assistir as porcarias que assiste, que seja. Porque se você não largar mão, o troço não vai mudar. E se mais gente não largar também, mesmo que você largue, se você voltar (E sejamos sinceros, nem que seja pro último episódio você vai voltar), a coisa não vai ter mudado em absolutamente nada. Porque não importa se está bom ou ruim, se você gosta ou não gosta, se as atuações são boas ou não, se o roteiro é inteligente ou não, só importa que, na hora de pegar o papel, você vai ser um número, no meio de milhões. Números não tem opinião, só importam se são grandes o suficiente.

Você perde se ligar a TV. Essa porcaria que você assiste perde se você ligar a TV. A TV perde se você ligar a TV. Quem ganha é a emissora, que daqui umas temporadas vai fazer uma série nos mesmos moldes, ou um spin-off, ou vai querer ter universo compartilhado. Na minha época era treta até pra compartilhar salgadinho com gente que cê via todo dia na escola, véi, quanto mais o universo.

A TV é uma bosta porque tem gente que topa manter a TV nesse mesmo esquema decadente há anos. E não pense que é uma questão de assistir as coisas na TV não, pode ser pelo celular, pelo computador, por DVD ou qualquer outro método. Aliás, é até mais fácil medir audiência nesses outros métodos todos que na TV propriamente dita, e a audiência sempre fala mais alto. Quer maiores provas que Heroes, Firefly e Community?

 Só de ver um poster desses já me dá um comichão preocupante no esfíncter de baixo.

Há aquela definição famosa que diz que fazer a mesma coisa mais de uma vez esperando resultados diferentes é loucura… Isso não tem cara de loucura, tem cara de burrice mesmo. E burrice é contagioso. Sei lá, vai lavar as mãos, passar um alquinho em gel, cortar as unhas.

Jo, meu amor, eu falo isto pro seu próprio bem. E se você, leitor, se identificou, parabéns. Só sei que eu não aguento mais essa choradeira inútil aqui no Bacon.

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