A importância de fazer coisas que nunca fizemos antes só porque nunca as tínhamos feito (E estávamos bem assim)

Música terça-feira, 19 de agosto de 2014

Porque assim acabamos descobrindo coisas novas e coisas que podemos vir a gostar, e que de outro modo jamais saberíamos que sequer existem. E é isso, agora vamos encher linguiça.

 Algum dos senhores, detentores de pênises, se sentiu desconfortável?

Eu sou o tipo de pessoa que vive reclamando de algumas coisas, mas nunca faz nada para mudá-las. Não, não falo da proteção das baleias ou de política, mas de coisas bestas que fazem diferença unicamente para mim mesmo; um bom exemplo disso é como eu escuto música: Encho meu celular com centenas e centenas de mp3 escolhidos com o maior cuidado e dedicação (Uma tarefa que consome facilmente uma hora da minha vida), para acabar ouvindo as mesmas 50 músicas, toda vez, enquanto reclamo por não ter alguma música específica que eu queria ouvir. Pontos óbvios: A grande maioria do que está alí sequer chega a ser tocada; eu deliberadamente deixei a música que seja de fora, já que na hora de escolher eu não queria ouvi-la; e eu vivo reclamando por quase nunca ouvir nada diferente do que eu já ouço normalmente. Esse sou eu.

Essa experiência, delimitada, se repete não só no celular, mas no computador (O que é ainda pior, já que tenho todas as minhas músicas à disposição, bem como o suporte da internet pra qualquer coisa), nos CDs que tenho, nos LPs e até mesmo nas estações de rádio: Elas são praticamente as mesmas há quase 15 anos. E a situação se repete há anos também, sendo que eu sei várias e várias formas de alterá-la ou até mesmo extingui-la por completo. Por que não faço? Bem, este é o ponto.

 Não.

Ou melhor, o porquê é irrelevante: Costume, preguiça, falta de vergonha na cara, não saber como começar… Taí as principais causas, e não só pra mim. Mas deixando isso de lado, vem a diferenciação: Alguma situação incomum, elemento exterior ou diferente ponto de vista que pode alterar alguma coisa. De certa forma é aquela velha história que sua mãe já te dizia, enquanto te forçava a comer salada: “Como você pode dizer que não gosta se nunca experimentou?”.

Acontece que salada é uma porcaria, e ser forçado à alguma coisa também. A “mutação” no modus operandi (Já dá pra riscar essa da lista) ou parte de você ou tem seu aval, seja este consciente ou por omissão. Em outras palavras, ou você vai ou deixa racharem, e seja como for, você vai acabar passando por uma experiência diferente. E “no fim da vida são as experiências que contam de verdade”. Claro que pode acabar mal, com você indo de Praia Grande pra Santos à pé, na véspera de Ano Novo, pra ir ver os fogos de artifício de uma praia superlotada ou acompanhando o trio elétrico da Ivete, sendo carregado por um cara de vestido e maquiagem, um gringo sendo roubado enquanto apalpa a mulhé que ele acabou de contratar e um recém-formado casal tentando reestruturar a fonte do Universo através do amor amor, mas eventualmente cê pode acabar em algum lugar que você goste, fazendo algo que nunca pensou em fazer, com gente que você não conhecia antes. Ou talvez você goste de ver a queima de fogos em Santos. Talvez você seja gringo.

 Talvez seja batedor de carteira.

Voltando às músicas, hoje é um dos raros dias em que eu as ouço de um jeito diferente. Não é planejado (Até porque não daria certo), não tem data e horário, simplesmente acontece: Estou ouvindo agora (E desde o começo do post) uma coletânea de “músicas pra ouvir na estrada” que tenho aqui há anos já, que ouvi quando achei a lista e depois larguei. Já a estou ouvindo tem uns dias e há muito já notei que a menos que eu tenha um carro no melhor estilo Muito-Mais-Velozes-e-Muito-Mais-Furiosos-Comprei-Tudo-Que-Pisca-Roda-e-Mexe-e-Joguei-Esse-Verde-Por-Cima, essa lista tá errada. Tem boas músicas, a maioria até, mas como coletânea pra ouvir na estrada ela definitivamente não funciona… A presença de Sambô devia ser um bom indicativo desde o começo.

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Mas o ponto é que não é o que normalmente ouço, nem como normalmente ouço: Tem diferentes estilos, diferentes artistas, tudo misturado, tocando em ordem, sem eu mexer ao final de cada música para procurar a próxima… Incrível como se pode identificar uma música (E pulá-la) em menos de dois segundos. Tudo bem que eu conheço a maioria do que tem nesta coletânea específica, mas a execução é praticamente a mesma pra qualquer outra coisa, seja ouvir o que não se ouve seja ser (Literamente) carregado atrás de um trio elétrico, ou qualquer outra coisa válida pra você. Pode dar certo, pode dar errado, de um jeito ou de outro cê fez algo diferente, mais do que, sei lá, sentar a bunda no sofá, assistir The Walking Dead e reclamar de novo um beijo: Cara, você FEZ alguma coisa. E se for minimamente capaz, irá tirar uma lição disso. Eu aprendi que Praia Grande é longe pra caralho.

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